Forças de segurança do Irã prenderam a ativista Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, nesta sexta-feira, durante uma cerimônia em memória de um advogado de direitos humanos falecido. Conhecida por ser contra o uso obrigatório do véu por mulheres no Irã e contra a pena de morte, Narges estava em liberdade provisória por motivos médicos desde o final de 2024. Outros ativistas de direitos humanos também foram detidos no evento, segundo relatos.
A Fundação Narges, ligada à ativista, afirmou que Narges Mohammadi foi detida de forma violenta pelas forças de segurança e policiais durante a cerimônia. Além dela, outros ativistas como Sepideh Qolian, Hasti Amiri, Pouran Nazemi e Alieh Motalebzadeh foram presos no local, de acordo com informações não confirmadas. Narges passou parte dos últimos anos presa na Penitenciária de Ervin, em Teerã, conhecida por abrigar opositores do regime dos aiatolás.
Quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz, o Comitê Norueguês destacou que Narges havia sido detida 13 vezes e condenada a um total de 31 anos de prisão. Ativista em prol dos direitos humanos e das mulheres, ela vinha denunciando o aumento da repressão do regime iraniano. Em conversa com o presidente do Comitê Nobel, Jorgen Watne Frydnes, Narges afirmou ter recebido ameaças de morte por agentes do regime, sinalizando perigo iminente para sua vida.
Em outubro, ela foi proibida permanentemente de deixar o Irã, com sua equipe jurídica alertando para o risco iminente de ser presa novamente. Morando atualmente em Paris com seus filhos e marido, Narges e seus apoiadores temiam a possibilidade de seu retorno à prisão a qualquer momento. A situação da ativista é mais um exemplo da repressão do governo iraniano contra vozes críticas e defensoras dos direitos humanos.




