Como joia do Botafogo com multa de R$ 448 milhões mudou rotina da família com a
carreira
Ana Paula, mãe de Arthur e Davi, chegou a pausar o emprego para ficar mais perto
dos filhos; volante do time sub-17 vai jogar a Copinha
Arthur Novaes fez um golaço contra o Flamengo em jogo pelo Campeonato Brasileiro
Sub-17 [https://s04.video.glbimg.com/x240/13652899.jpg]
A rotina de André e Ana Paula é não ter rotina. Os dois acompanham e moldam o
cotidiano a partir das agendas dos filhos Arthur e Davi, jogadores do Botafogo
[https://ge.globo.com/futebol/times/botafogo/] nas categorias sub-17 e
sub-11, respectivamente.
+ Entenda como dívida com o Zenit afeta o futuro de Artur no Botafogo
[https://ge.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2025/12/16/entenda-como-divida-com-o-zenit-afeta-o-futuro-de-artur-no-botafogo.ghtml]
Os pais tentam acompanhar os filhos em todos os compromissos, mas nem sempre é
possível. Com rodadas de torneios estaduais praticamente em todos os finais de
semana, já aconteceu mais de uma vez de Arthur jogar em um lado da cidade e Davi
ter compromisso em outra ponta do Rio de Janeiro.
— A nossa programação semanal é montada a partir do cronograma de jogos e
treinos(risos). Eu ajusto minha rotina de trabalho o máximo que posso e também
contamos com ajuda de familiares e pessoas próximas. Hoje, o Arthur já tem
autonomia para ir e voltar sozinho dos treinos, mas o Davi ainda depende de nós.
Quando acontece de cada um jogar em um estádio diferente no mesmo horário, não
tem jeito, a família se divide e ficamos o tempo todo no celular se falando para
saber as notícias — contou André ao ge.
O pai é médico, e a mãe, fonoaudióloga. Ana Paula teve que pausar a profissão
durante certo tempo quando eles perceberam que os filhos seguiriam a carreira de
atletas para valer.
— Além dos dois (Arthur e Davi), temos mais um filho que é o Bento, de sete
anos, então teve um momento que a Ana Paula precisou deixar o emprego dela para
que a gente pudesse dar esse suporte para todos eles. A gente sempre acompanhou
e incentivou o Arthur e o Davi, naturalmente, acompanhava essa rotina desde
muito pequeno. Como ele gostava muito e levava jeito com a bola, a gente
imaginou que fosse acontecer dele querer seguir esse caminho também. Nós sempre
os deixamos à vontade quanto à carreira, nunca fizemos pressão nem a favor, nem
contra. Só cobramos a responsabilidade e que não prejudique a escola — completou
André.
Família Novaes — Foto: Arquivo pessoal
Arthur Novaes é considerado um dos jogadores mais promissores das categorias de
base do Botafogo. Volante, o jovem foi um dos líderes da equipe no título
carioca sub-17 e já iniciou a transição para a categoria sub-20. Ele é observado
para o time principal, mas a comissão técnica adota cautela com os atletas mais
novos.
No meio do ano, o meio-campista assinou o contrato profissional com o clube
carioca. O vínculo, válido até 2028, tem multa rescisória de 70 milhões de euros
(R$ 448 milhões).
+ Thairo Arruda, do Botafogo, e Leila Pereira, do Palmeiras, tomam posse como
representantes do Brasil no comitê da FIFA
[https://ge.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2025/12/16/thairo-arruda-do-botafogo-e-leila-pereira-do-palmeiras-tomam-posse-como-representantes-do-brasil-no-comite-da-fifa.ghtml]
Estou no Botafogo desde os nove anos, comecei lá no Trops, em Niterói, e
nesses anos já joguei em diferentes posições, o que é normal na base. Sou um
jogador de meio-campo, canhoto, que pode jogar mais próximo da área adversária
ou como um volante auxiliando mais na saída de bola. Acho que a minha principal
característica é o passe, e tento estar sempre próximo à zona da bola. Sei que o
nível de exigência para minha posição é muito alta, então me esforço para tentar
ser o mais completo possível, inclusive no aspecto físico — afirma Arthur.
Família Novaes — Foto: Arquivo pessoal
A família, algo tão presente para Arthur, teve uma perda significativa em 2025:
a avó do volante morreu dias antes de uma partida contra o Flamengo pelo
Brasileiro sub-17. O Botafogo deu a opção de o jogador se ausentar para ficar
com os parentes, mas o camisa 8 quis jogar. Ele marcou um dos gols do jogo,
chorou logo depois que a bola bateu na rede e a entrevista pós-jogo repercutiu.
Teve uma repercussão muito grande aquela entrevista, muita gente veio comentar
comigo que se emocionou também. A nossa avó faleceu, enquanto estava acontecendo
o brasileiro sub-17, foi um período muito triste para toda nossa família, mas eu
entendi, naquele momento, que deveria ir para o jogo, primeiro porque eu sei que
era isso que ela ia querer, e também pelo comprometimento com a camisa do
Botafogo e com todo mundo que trabalha ali no nosso dia a dia. Eu sempre
dedicava meus gols ao meu avô, que faleceu anos atrás, eu apontava para o céu e
dizia que ele era minha estrelinha. Agora eu tenho meu avô e minha avó, minhas
duas estrelinhas olhando por mim, todo gol é para eles — contou.
Arthur Novaes comemora título do Carioca sub-17 com a família — Foto:
Arthur Barreto/Botafogo
A primeira missão de Arthur Novaes em 2026 já vai começar no começo de janeiro:
a Copinha. O volante foi inscrito e deve integrar o grupo que vai a Taubaté para
jogar a principal competição de base do país. Apesar de ainda ter idade sub-17,
internamente a expectativa é ele que ele deva integrar a equipe sub-20 durante
toda a temporada.
Esse ano foi muito especial para mim com as conquistas do sub-17 e do sub-20,
onde também tive a oportunidade de colaborar. Foi um feito inédito dentro da
história do clube, que também nunca venceu a Copinha, de repente é mais um tabu
aí para nossa geração quebrar… Embora já tenha feito partidas pelo sub-20, é o
meu primeiro ano na categoria, então ainda não sei como vai ser o planejamento
para a Copinha e o Campeonato Estadual no início do ano que vem, mas vou estar
preparado para o que a comissão técnica definir — finalizou Arthur.
