Após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a decisão da Câmara no caso da então deputada Carla Zambelli (PL-SP), o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), está buscando uma alternativa para os processos que envolvem os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A estratégia pensada é uma saída negociada, envolvendo possíveis renúncias, como forma de evitar outra derrota do Legislativo perante o STF. A oposição tenta adiar as discussões para 2026, mas a expectativa é que ambos os casos sejam analisados nesta quarta-feira (17). Tanto Ramagem quanto Bolsonaro enfrentam a possibilidade iminente de perda de mandato, cada um por motivos diferentes. Eduardo Bolsonaro pode ser afastado devido ao acúmulo de faltas, enquanto Alexandre Ramagem está na mira da Câmara após ter sido condenado pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Hugo Motta indicou que o caso de Eduardo Bolsonaro poderá ser resolvido diretamente pela Mesa Diretora da Câmara, com base nas faltas acumuladas. Ele concedeu prazo até quarta-feira (17) para apresentação de justificativas formais das faltas pelo parlamentar. Já em relação a Alexandre Ramagem, antes prevista para votação no plenário, a decisão agora será da Mesa Diretora, seguindo entendimento do STF no caso Zambelli. A oposição critica a decisão de Motta, considerando-a submissão ao Supremo. O PL defende que o caso de Ramagem seja levado à Comissão de Constituição e Justiça antes de uma possível cassação. Integrantes do partido alegam ter votos suficientes para barrar a perda de mandato. A possibilidade de renúncia passou a ser cogitada, especialmente no caso de Alexandre Ramagem, que avalia essa alternativa em meio a um pedido de asilo político nos Estados Unidos. Especialistas apontam que a renúncia pode reduzir o desgaste político, mas não elimina os efeitos jurídicos da condenação. A pressão do PT sobre o caso de Eduardo Bolsonaro acrescenta tensão ao cenário político. O líder do partido na Câmara acionou o STF pedindo a perda imediata do mandato do deputado. A judicialização do caso prejudica as negociações internas na Câmara, com receio de uma nova intervenção direta da Corte. Hugo Motta sugeriu a renúncia de Eduardo, mas o deputado não considera essa possibilidade. O desfecho do caso na Mesa Diretora encontra obstáculos, com divergências entre os membros quanto à suspensão do mandato. Aliados de Motta buscam encerrar as controvérsias em 2025, evitando crises em 2026.




