A Polícia Federal encontrou documentos, relatórios e gravações que confirmam as acusações de que Sergio Moro autorizou escutas ilegais em autoridades com foro privilegiado, sem autorização de tribunais superiores. O material foi localizado na 13ª Vara Federal de Curitiba e inclui transcrições de áudios envolvendo desembargadores do TRF-4 e o então presidente do TCE-PR, Heinz Herwig. As denúncias iniciais foram feitas por Tony Garcia em 2004 e confirmadas pelos achados da polícia.
As escutas realizadas por ordem de Moro visavam monitorar autoridades fora de sua jurisdição e pressioná-las. Desembargadores do TRF-4 e o presidente do TCE-PR foram alvos, mesmo estando sob foro privilegiado. A PF também encontrou gravações feitas por outro colaborador da Vara, evidenciando a falta de autorização do STJ para investigar tais autoridades.
Dias Toffoli expediu mandado de busca na 13ª Vara após solicitações do STF por documentos não enviados. Toffoli investiga o uso de delatores para pressionar autoridades. Tony Garcia realizava gravações por ordem de Moro em 2004-2005, sem parte do material ser juntado aos autos.
Documentos e mídias encontrados na Vara confirmaram as denúncias. Relatórios mencionam desembargadores do TRF-4 em situações íntimas, expressando temores de terem sido gravados. Heinz Herwig, em conversa com Tony Garcia, critica a atuação de Moro, chamando-o de polícia, promotor e juiz.
Autoridades com foro privilegiado foram mencionadas na conversa, sem passar pela avaliação de tribunais superiores, indo contra a lei. Heinz e Garcia discutem a pressão sofrida, com a prisão de Garcia e busca em sua casa. Moro alega que as acusações são fantasiosas, baseadas em relatos de Tony Garcia, e que não teve acesso ao material atual do inquérito.
As informações publicadas pelo UOL, a partir dos documentos apreendidos, revelam um cenário de graves violações e abusos de poder cometidos por Sergio Moro.




