Segundo a Receita Federal, a partir da noite desta sexta-feira, está autorizado somente o trânsito de caminhões vazios, nos dois sentidos, em horário limitado: entre 22h e 5h. A partir de 18 de janeiro, ônibus de turismo fretados poderão circular das 19h às 7h. Ainda não há previsão para a liberação de carros e motos. O Ministro dos Transportes, Renan Filho, disse em coletiva de imprensa durante a inauguração que a nova ponte será adequada gradualmente para o tráfego de veículos e, posteriormente, de pedestres. No momento, o tráfego não será liberado para todos os veículos para não sobrecarregar o tráfego em Presidente Franco, uma vez que o trânsito vai passar por dentro da cidade paraguaia. Segundo o ministro, o Paraguai ainda deve executar obras de infraestrutura na cidade para que o tráfego seja desviado. A nova ponte é a segunda ligação viária entre Brasil e Paraguai na região, mais de 60 anos após a inauguração da Ponte da Amizade. A expectativa, segundo a Itaipu Binacional – que atua como agente financiador do projeto –, é que a estrutura ajude a aliviar o tráfego intenso da ponte antiga, considerada uma das fronteiras terrestres mais movimentadas do país, com circulação diária de cerca de 100 mil pessoas e 45 mil veículos. As discussões sobre a construção da Ponte da Integração começaram nos anos 1990, mas o projeto só ganhou forma em 2005, com um acordo internacional que definiu o traçado e atribuiu ao Brasil a responsabilidade técnica e financeira da obra. A construção teve início em agosto de 2019, com previsão de conclusão para fevereiro de 2022. A estrutura chegou a ser entregue no fim do governo Jair Bolsonaro, mas permaneceu fechada por entraves operacionais, principalmente relacionados à implantação das aduanas e das rodovias de acesso à ponte nos dois países. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), os atrasos ocorreram, sobretudo, no lado paraguaio, devido a dificuldades na infraestrutura de fiscalização. As obras físicas foram concluídas em outubro de 2023. A Ponte da Integração liga Foz do Iguaçu a Presidente Franco, uma rota voltada principalmente ao transporte de cargas. A expectativa é que, com o funcionamento pleno, parte do fluxo pesado deixe de passar pela Ponte da Amizade, reduzindo congestionamentos na área urbana e melhorando a logística do comércio bilateral. Somente em 2024, o comércio entre Brasil e Paraguai movimentou cerca de US$ 8,6 bilhões, com mais de 150 mil caminhões cruzando a fronteira, segundo dados da Receita Federal. Mesmo após a entrega da ponte, em dezembro de 2022, a falta de aduanas, postos de fiscalização e acessos viários impediu a liberação do tráfego internacional. Para a resolução do problema, foi construída no Brasil a Perimetral Leste, em Foz do Iguaçu, uma rodovia de cerca de 15 quilômetros que conecta a nova ponte à BR-277. No Paraguai, as estruturas necessárias avançaram mais lentamente e só começaram a ser planejadas depois da finalização da ponte. A Ponte da Integração é uma obra pública federal binacional, resultado de um acordo entre Brasil e Paraguai. A obra foi executada pelo DER-PR, com investimento de aproximadamente R$ 372 milhões, pagos pela Itaipu Binacional. A estrutura tem 760 metros de extensão e um vão livre de 470 metros — o maior da América Latina. Os mastros chegam a 190 metros de altura no lado brasileiro e 185 metros no paraguaio. Projetada inicialmente para receber apenas caminhões, a ponte teve o uso ampliado para todos os tipos de veículos após estudos técnicos, mudança que também contribuiu para o atraso na liberação. A expectativa é que o funcionamento ocorra de forma gradual, começando pela passagem de caminhões vazios. A nova ligação deve aliviar o tráfego na Ponte da Amizade, principal rota entre os dois países, e conhecida pelas longas filas de veículos. Somente em 2024, segundo a Receita Federal, mais de 150 mil caminhões circularam entre Brasil e Paraguai, movimentando cerca de US$ 8,6 bilhões em comércio bilateral, com cargas como grãos, carne, fertilizantes e máquinas agrícolas.




