Embraer faz primeiro teste de voo com carro voador brasileiro: 10 perguntas respondidas

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Carro voador da Embraer: veja 10 perguntas e respostas sobre o teste de voo e o que falta para o veículo começar a operar

O primeiro teste de voo foi realizado nesta sexta-feira (19) e foi tido como histórico para a empresa, ganhou repercussão na imprensa internacional e valorizou as ações da Embraer no mercado.

Embraer faz primeiro teste com carro voador brasileiro

Embraer faz primeiro teste com carro voador brasileiro

Nesta sexta-feira (19), a Eve Air Mobility, empresa subsidiária da Embraer, fez o primeiro voo teste do protótipo do carro voador desenvolvido pela empresa. O voo inaugural foi realizado na maior pista de aviação do hemisfério sul, que fica na planta da fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.

O voo foi tido como histórico para a empresa, ganhou repercussão na imprensa internacional e valorizou as ações da Embraer no mercado. O modelo aguarda certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar.

O DE preparou um guia com dez perguntas e respostas sobre o voo teste, como é o modelo e o que falta para que o carro voador da Embraer comece a operar no Brasil e no exterior.

Nesta reportagem, você vai conferir as respostas para as seguintes perguntas:

1. ESSE SERÁ O ÚNICO TESTE DE VOO?
2. QUANDO O CARRO VOADOR VAI COMEÇAR A SER VENDIDO?
3. OS TESTES APONTARAM DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS NO COMPUTADOR?
4. POR QUE NÃO TINHA UM PILOTO DENTRO DO EVTOL QUE FEZ O TESTE DE VOO?
5. O CARRO VOADOR DA EVE VAI SER EXATAMENTE IGUAL AO PROTÓTIPO QUE VOOU?
6. ONDE OS CARROS VOADORES SERÃO PRODUZIDOS?
7. QUAL A CAPACIDADE DE TRANSPORTE DO CARRO VOADOR?
8. QUANTO VAI CUSTAR UMA VIAGEM?
9. POR QUE É CHAMADO DE CARRO VOADOR?
10. ONDE OS VOOS SERÃO OPERADOS?

ESSE SERÁ O ÚNICO TESTE DE VOO?

Não. De acordo com a Eve, serão feitos centenas de testes de voo nos próximos 12 meses, enquanto a empresa tenta obter a certificação do modelo com a Anac, para então começar a produção em série.

“Esse único protótipo de engenharia vai voar nos próximos 12 meses, vamos ter centenas de voos. Ano que vem vamos ter também o primeiro protótipo de certificação. Num total de seis veículos protótipos, aí tripulados com piloto, e junto com a Anac, vamos ter esse processo de certificação”, disse Johann Bordais, CEO da Eve.

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QUANDO O CARRO VOADOR VAI COMEÇAR A SER VENDIDO?

Até o momento, segundo a Eve, já foram feitas cerca de 3 mil encomendas de unidades do carro voador. Mas, a comercialização com as primeiras entregas deve começar em 2027, após a certificação do modelo na Anac.

“A previsão para entrada no mercado é 2027, daqui a dois anos, com a certificação da Anac. Logo depois, a gente entrega para os primeiros clientes no Brasil e nos Estados Unidos”, informou Johann Bordais, CEO da Eve.

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OS TESTES APONTARAM DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS NO COMPUTADOR E EM UM VOO REAL?

A empresa disse que, durante o voo do protótipo, foi verificada a integração dos oito propulsores e avaliado o gerenciamento de energia, além de poderem observar o nível de ruído emitido. Ainda segundo a Eve, o protótipo se comportou conforme o esperado, sem muitas diferenças do projetado.

“A gente, por exemplo, verificou que os rpms, a velocidade de giro dos propulsores em voo, bate muito bem com a previsão dos nossos modelos. A gente conseguiu ver que as temperaturas dos sistemas, então a temperatura de bateria, temperatura dos motores, a quantidade de carga que tem na bateria e quanto que foi consumida durante o voo”, contou Luiz Valentini, diretor de tecnologia da Eve.

“Todos esses parâmetros a gente comparou, já coletou do voo e pode comparar com os nossos modelos e a gente vê que, no geral, ou batem muito bem ou estão até um pouquinho melhores do que a expectativa, o que é muito bom pra gente no sentido de validar esse caminho de desenvolvimento”, disse.

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POR QUE NÃO TINHA UM PILOTO DENTRO DO EVTOL QUE FEZ O TESTE DE VOO?

Segundo a Eve, foi uma decisão estratégica. A equipe decidiu testar um protótipo mais simples para avaliar parâmetros técnicos e antecipar o desenvolvimento do modelo. Se fossem fazer esse teste com um piloto a bordo, o voo teria que esperar mais um tempo para ser feito, não poderia ser feito nesse momento.

“Não fazer um veículo pilotado nos permitiu antecipar o voo desse veículo. Então nos permitiu antecipar a vinda de conhecimento técnico que a gente usa pra alimentar áreas da tecnologia em que a gente está desenvolvendo tecnologias mais novas. Então, por exemplo, a propulsão elétrica, que a gente comentou aqui, que é composta da bateria, dos motores elétricos, essa é uma das fronteiras da tecnologia da aviação hoje”, afirmou Luiz Valentini, diretor de tecnologia da Eve.

“Antecipar o voo com essas tecnologias nos permite trazer conhecimento, validado por um voo, numa escala real que é esse veículo e trazer então essa maturidade e essa competência técnica para o desenvolvimento do nosso produto. Fazer isso com um veículo mais representativo, com piloto a bordo, adiaria esse processo de aprendizado, então a gente ganhou por fazer um veículo mais simples e poder antecipar a coleta e o desenvolvimento desse conhecimento técnico”, narrou.

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O CARRO VOADOR DA EVE VAI SER EXATAMENTE IGUAL AO PROTÓTIPO QUE VOOU?

A Eve afirma que esteticamente sim, vai ser bem parecido com o protótipo, mas que questões da parte de infraestrutura, parte mais técnica do veículo, podem mudar.

“Visualmente ele é muito parecido. Se prestar bastante atenção, por exemplo, eu mencionei que os ângulos dos motores não são iguais. Então você tem que prestar bastante atenção pra ver essas diferenças, mas, por exemplo, do ponto de vista do tamanho, de peso, número de rotores, ele é bastante similar ao veículo que a gente pretende certificar”, afirmou Luiz Valentini, diretor de tecnologia da Eve.

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ONDE OS CARROS VOADORES SERÃO PRODUZIDOS?

Popularmente chamados de carros voadores, os eVTOLs (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical) serão produzidos em Taubaté (SP), em uma planta com capacidade para fabricar até 480 unidades por ano.

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QUAL A CAPACIDADE DE TRANSPORTE DO CARRO VOADOR?

O modelo tem capacidade para cinco pessoas (quatro passageiros e um piloto) e autonomia de 100 quilômetros, o que permite cobrir trajetos urbanos curtos, como conexões entre cidades e centros comerciais, por exemplo.

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QUANTO VAI CUSTAR UMA VIAGEM?

A estimativa da empresa é que o preço de uma viagem fique mais próximo ao de uma viagem de carro por aplicativo do que um voo feito por helicóptero, que tem custo considerado alto.

De acordo com a Eve, a proposta é justamente democratizar os voos urbanos, proporcionando acesso maior às pessoas.

Um estudo de operação realizado pela empresa praticou um preço a partir de R$ 99 para uma viagem entre a Barra da Tijuca e o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, por exemplo.

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POR QUE É CHAMADO DE CARRO VOADOR?

Os eVTOLs são popularmente chamados como “carros voadores” por conta da proposta de integrá-los a mobilidade urbana e, como o transporte terrestre, conectar as comunidades do ponto A ao ponto B.

A empresa explica que o serviço poderá ser oferecido por meio de aplicativos de compartilhamento, como os de corrida de carro.

As pessoas poderão, por exemplo, comprar um assento em um determinado trajeto que será oferecido por um operador.

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ONDE OS VOOS SERÃO OPERADOS?

Segundo a empresa, os operadores (clientes que adquirirem o produto) vão oferecer voos em trajetos específicos, como transporte para aeroportos e para vertipotos (um tipo de heliponto). Além disso, há previsão de voos turísticos.

Até o momento, a expectativa é que São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Francisco – nos Estados Unidos – sejam os primeiros locais a receber os ‘carros voadores’.

Além disso, há também clientes na Noruega, Australia, Kenya, Dubai, Australia e Reino Unido.

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A projeção da empresa é a de que a frota mundial de eVTOLs pode chegar a 30 mil unidades até 2045. A expectativa é que mais de 3 bilhões de passageiros sejam transportados nesse período.

A empresa também estima que a operação e venda dos eVTOLs podem gerar receita de US$ 280 bilhões (mais de R$ 1,5 trilhão) até 2045.

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