Como Romeu Zema tornou plano de privatizar Copasa uma bandeira de seu governo
Projeto que autoriza privatizar Companhia de Saneamento de Minas Gerais foi
aprovado nesta quarta-feira. Governador também quer transferir Condemge, Codemig
e MGI para União.
Os deputados estaduais mineiros aprovaram nesta semana o projeto de lei que
autoriza a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Encaminhada à Assembleia Legislativa pelo governo de Romeu Zema (Novo), a
proposta é um passo decisivo para a eventual venda da empresa, atualmente
controlada pelo estado, à iniciativa privada.
A desestatização é vista como uma das principais bandeiras do governador, que se
lançou pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026 em agosto
deste ano. No caso da Copasa, Zema justifica que a medida é necessária para a modernização
da estatal, a atração de investimentos e o pagamento da dívida de MG com a União,
estimada em R$ 180 bilhões.
Do outro lado, a oposição argumenta que a privatização deve gerar aumento de
tarifas, precarização do serviço e demissões. Além disso, defende que o estado
tem condições de pagar o que deve ao governo federal sem abrir mão da companhia.
Desde a campanha eleitoral de 2022, Romeu Zema tem defendido abertamente a
privatização das estatais mineiras. À época, em entrevista ao Diário do Estado, o governador afirmou: “Hoje, o controlador tanto
da Copasa quanto da Cemig é um estado que ainda enfrenta seríssimas dificuldades
financeiras […]. Precisamos ter à frente dessas empresas um acionista que
coloque bilhões e bilhões, que vai gerar empregos para o estado e tirar essas
empresas da mão da politicagem”.
Além de priorizar a para privatização da Copasa ao longo do ano, o governador
sancionou, em julho de 2025, as leis que autorizam a transferência da Companhia
de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e da Companhia de
Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) para a União. O próximo passo para dar continuidade ao processo é a avaliação do valor de
mercado das empresas, que será feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) a partir de 2026.
A expectativa é que as federalizações ajudem a abater parte da dívida com a
União sem a necessidade de desembolso imediato por parte do estado.
Paralelamente, o governo Zema intensificou a articulação para privatizar
diretamente a Copasa.




