Arco-íris noturno: destino turístico no Paraná tem fenômeno pouco conhecido durante a lua cheia
Fenômeno é visível apenas do lado brasileiro das quedas, em condições específicas. Experiência acontece em cerca de cinco dias de cada mês.
Nas noites de lua cheia e céu limpo, um fenômeno meteorológico surge sobre as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O arco-íris noturno, também conhecido como arco-íris prateado, se forma quando o brilho da lua encontra a névoa das quedas.
Segundo especialistas, as Cataratas do Iguaçu são um dos únicos lugares do Brasil com as condições climáticas específicas que permitem que o fenômeno apareça. Ele costuma acontecer em uma janela temporal específica, por cerca de cinco dias de cada mês, e sempre no ciclo da lua cheia. Assista acima.
Atualmente, a visita para ver o arco-íris é oferecida em duas modalidades: para hóspedes de um hotel de luxo que fica dentro do ponto turístico e também pela empresa que tem a concessão de turismo do parque, em um passeio chamado “Céu das Cataratas”, que acontece aos sábados para grupos de até 20 pessoas.
Segundo a meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Júlia Munhoz, para que o arco-íris lunar se forme, a lua precisa estar cheia, baixa no horizonte e com céu limpo.
O fenômeno acontece quando a luz da lua, que é a luz solar refletida, atravessa as gotículas de água suspensas pela forte névoa das quedas. A formação é a mesma de um arco-íris diurno.
Durante a visitação, que dura cerca de 1h30, o turista caminha por uma trilha silenciosa, iluminada apenas por lanternas e o brilho da lua cheia. O silêncio na trilha é uma recomendação, assim os turistas conseguem ouvir apenas o som constante das quedas d’água e contemplar a beleza da natureza em que estão imersos.
Os guias orientam os participantes a iluminarem apenas o caminho e não a mata, para não acordar ou assustar os animais que podem estar no local. Eles também orientam a não utilizar os corrimões, que podem ter bichos como aranhas e escorpiões.
A olho nu, as cores são tão tênues que o arco aparece prateado no céu – ou seja, é possível ver um arco esbranquiçado, semelhante ao arco-íris comum, mas sem a diferenciação das cores. Isso acontece porque o olho não está tão sensível à captação das cores naquele ambiente.
Locais com alta umidade, como grandes quedas d’água, favorecem a formação do fenômeno. A intensidade da vazão da água também é um fator relevante para a formação, por isso, as Cataratas do Iguaçu são beneficiadas nesse aspecto, como explica o físico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Igor Konieczniak.
O fenômeno é visível apenas no lado brasileiro das Cataratas. Segundo o físico Igor Konieczniak, isso acontece devido à posição da lua. Os passeios acontecem apenas em noites de lua cheia, ou seja, em cerca de cinco dias por mês. As condições também precisam estar favoráveis para a visualização – o fenômeno não pode ser visto em noites nubladas, por exemplo.
A próxima lua cheia e a primeira do ano de 2026 será no dia 3 de janeiro. Segundo Amauri José da Luz Pereira, coordenador do Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná (CEP), a previsão é que o dia registre uma Superlua, fenômeno que mostra o satélite natural da Terra aproximadamente 10% maior no céu, o que tornará a aparição de arco-íris noturno ainda mais favorável.




