Maioria dos usuários do Santos Dumont aceitaria trocar pelo Galeão, diz Fecomércio-RJ
Um levantamento realizado pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (Ifec-RJ) revelou que a maioria dos usuários do Aeroporto Santos Dumont estaria disposta a utilizar o Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, como alternativa para seus voos. O estudo ouviu 1.609 passageiros na área de embarque do terminal no Rio de Janeiro.
De acordo com a pesquisa, 56,8% dos entrevistados afirmaram que concordariam em embarcar pelo Galeão caso fosse o mesmo voo do Santos Dumont. Outros 19,2% disseram que optariam pelo aeroporto internacional se as passagens fossem mais baratas. Com isso, 76% dos passageiros afirmaram que utilizariam o terminal da Ilha do Governador em uma dessas condições.
O impasse em relação ao Santos Dumont surgiu novamente entre o governo federal e a Prefeitura do Rio, depois que o Ministério dos Portos e Aeroportos confirmou que aumentará o número de voos naquele terminal em 2026. Desde 2024, o volume anual de passageiros no Santos Dumont está limitado a 6,5 milhões. Mas o ministro Silvio Costa Filho afirmou que permitirá um aumento de até 1,5 milhão nesse teto, elevando para 8 milhões o número de viajantes por ano.
O prefeito Eduardo Paes, a Fecomércio-RJ e a Firjan manifestaram sua oposição a qualquer mudança na operação do Santos Dumont. Paes anunciou que conversou com Costa Filho e agendou uma reunião para o próximo mês para discutir o assunto.
O Ifec-RJ também traçou um perfil socioeconômico dos usuários do Santos Dumont na época do levantamento. A média de idade dos passageiros era de 43 anos, sendo que 78,3% tinham ensino superior completo e 19,3% ensino médio completo. A maioria dos entrevistados (70,8%) estava empregada, sendo metade no setor privado, e 16,6% se declararam empresários.
A pesquisa aponta que o Santos Dumont atendia passageiros de diversas regiões do Rio de Janeiro, não se limitando apenas à Zona Sul da capital. Do total, 22,4% eram do Centro e Zona Sul, 11,6% da Barra da Tijuca e Recreio, 17,3% da Zona Norte, 12,4% da Zona Oeste (incluindo bairros como Campo Grande e Bangu, e na Grande Jacarepaguá), 12,4% do interior do estado, 12,3% da Grande Niterói e 11,6% da Baixada Fluminense.
O crescimento do Galeão também foi mencionado, com um aumento significativo no volume de passageiros, atingindo cerca de 17 milhões de fluxo, em contraste com os anos anteriores em que mal atingia 10 milhões. O presidente da Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, ressaltou a importância de preservar e fortalecer a estrutura do aeroporto para manter o ritmo de crescimento e ampliar os benefícios econômicos e sociais para o estado. O Ifec-RJ planeja renovar a pesquisa no início de 2026 em busca de mais insights sobre o cenário aeroportuário no Rio de Janeiro.




