O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) solicitou à Justiça o arquivamento do caso que investigava a morte de Herick Cristian da Silva Vargas, ocorrida em setembro na capital Porto Alegre. A decisão foi tomada após a constatação de que os policiais envolvidos agiram dentro dos parâmetros legais de legítima defesa. A família de Herick contestou a solicitação do MPRS, expressando profunda preocupação e indignação com a análise ministerial, alegando que pontos cruciais foram omitidos.
O jovem Herick, diagnosticado com esquizofrenia, estava em surto quando foi alvejado pelos policiais militares. As imagens da câmera corporal de um dos policiais mostram a sequência de eventos que culminou na tragédia. Segundo a Polícia Civil, os PMs agiram em legítima defesa, situação que foi corroborada pela Corregedoria da Brigada Militar. Após a definição do caso, os policiais não foram indiciados.
A família de Herick contesta a versão oficial, alegando que o jovem já estava contido pelos familiares quando os policiais ordenaram sua soltura e, sem qualquer comando verbal de rendição, realizaram os disparos fatais. O advogado da família sustenta que a conduta dos policiais não estava amparada pela legítima defesa, uma vez que não havia agressão atual ou iminente no momento dos tiros. Um recurso será interposto após o recesso forense de janeiro.
As imagens registradas pela câmera corporal dos policiais mostram a interação antes da trágica morte de Herick. Após uma breve conversa, o jovem se levantou e foi atingido por uma arma de choque, caindo no chão. Mesmo dominado pelos familiares, os policiais ordenaram que eles o soltassem, momento em que os disparos letais foram efetuados. A mãe de Herick se manifestou indignada, alegando ter solicitado ajuda e não a morte de seu filho.
Tanto o Ministério Público quanto a Brigada Militar concluíram que a ação dos policiais foi justificada diante das circunstâncias. O laudo toxicológico apontou a ingestão de cocaína em concentração elevada por parte de Herick, somando-se ao surto de esquizofrenia, resultando em um estado de intenso descontrole. A BM reiterou seu compromisso com a segurança da população gaúcha, enfatizando a capacitação constante de seus agentes. A família de Herick, por meio de sua defesa, demanda uma revisão completa e transparente do caso, buscando justiça e responsabilização dos envolvidos.




