A carta escrita à mão pelo ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto estava preso, e divulgada pelo senador Flávio Bolsonaro na tarde de quinta-feira, provocou incômodo e resistência entre aliados do ex-presidente. O texto afirma a candidatura de Flávio à Presidência em 2026, sendo considerado precipitado devido ao estado de saúde de Bolsonaro. O peso simbólico da decisão foi frisado por Bolsonaro: ‘Entrego o que há de mais importante na vida de um pai: o próprio filho, para a missão de resgatar o nosso Brasil’. Aliados consideraram a divulgação oportuna inoportuna, dada a cirurgia que Bolsonaro enfrentava e seus problemas de saúde frequentes.
A mensagem foi lida por Flávio em frente ao Hospital DF Star, onde Bolsonaro estava internado. A carta foi escrita em dezembro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Críticas surgiram a respeito da divulgação, associando-a a Flávio como um gesto de ‘egoísmo’, pois aconteceu durante um momento delicado para Bolsonaro. Até mesmo Michelle Bolsonaro se opôs à exposição política da carta.
Anteriormente, Bolsonaro havia programado uma entrevista cancelada por questões médicas. Segundo aliados, Flávio articulou a entrevista e a divulgação da carta visando sua pré-candidatura, o que desagradou a ex-primeira-dama. A carta ressaltava o compromisso de Bolsonaro com a missão de preservar a representação daqueles que confiaram nele e iniciar um caminho de prosperidade e liderança justa para o Brasil.
O documento foi interpretado como uma tentativa de favorecimento político em um momento inadequado. A indicação de Flávio como pré-candidato à Presidência da República em 2026, feita por Bolsonaro, reascendeu tensões internas no clã e entre aliados próximos, sublinhando a delicada situação política e de saúde do ex-presidente.
