Eletronuclear busca renegociar empréstimos para amenizar crise financeira

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Eletronuclear possui caixa suficiente para três meses e busca renegociar empréstimos com os bancos públicos para amenizar a situação crítica em que se encontra. O presidente interino da Eletronuclear, Alexandre Caporal, declarou que a empresa enfrenta um sério problema de falta de recursos e só consegue honrar seus compromissos por um curto período de dois a três meses.

Caporal ressaltou que não pretende solicitar apoio financeiro do Tesouro Nacional para solucionar as pendências da estatal, mas sim busca a suspensão temporária da cobrança da dívida por parte dos bancos públicos que concederam empréstimos no valor de quase R$ 7 bilhões à empresa. Sem essa suspensão, ele alertou que a empresa ficará em uma situação insustentável e definida como crítica.

A questão principal envolve a usina nuclear de Angra 3, cujas obras estão paralisadas há cerca de 10 anos. A suspensão dos pagamentos, que já foi concedida por seis meses em 2024, é vital para a Eletronuclear até que o Conselho Nacional de Política Energética tome uma decisão sobre o futuro da usina. Caporal destacou que os custos de manutenção da usina somam mais de R$ 1 bilhão por ano, o que torna imprescindível a resolução dessa questão.

Além disso, a situação financeira da Eletronuclear é agravada pelo fato de que os custos das usinas já em funcionamento, Angra 1 e 2, estão acima do estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica. A empresa vem implementando cortes de despesas e ajustes para reduzir o déficit, além de buscar um reequilíbrio tarifário com a Aneel para adequar a tarifa à realidade dos custos eficientes.

Mesmo com a resistência do BNDES à interrupção dos pagamentos e a falta de definição sobre Angra 3, Caporal enfatizou que a Eletronuclear não se encontra na mesma situação dos Correios, que precisaram solicitar um empréstimo com aval do Tesouro Nacional. A empresa aguarda uma definição sobre a questão de Angra 3 para aliviar sua crítica situação financeira.

A busca por outras fontes de receita, como o ressarcimento do Fundo de Descomissionamento, pode trazer um alívio financeiro à Eletronuclear. Caporal espera receber cerca de R$ 1 bilhão desse fundo ainda no primeiro trimestre de 2026, o que contribuirá para garantir recursos destinados à desativação segura das usinas nucleares no futuro.

Apesar dos desafios financeiros enfrentados pela Eletronuclear, a empresa continua trabalhando para encontrar soluções viáveis e garantir sua sustentabilidade a longo prazo. A situação, embora crítica, está sendo acompanhada de perto pelas autoridades competentes, e medidas estão sendo tomadas para mitigar os impactos negativos e garantir a continuidade das atividades da empresa.

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