Impeachment: entenda etapas de processo que pode terminar em saída de presidente do São Paulo
Grupo de oposição, com participação de conselheiros da situação, protocola pedido para que destituição de Julio Casares seja discutida
Voz do Setorista: Bruno Giufrida fala sobre o São Paulo no mercado de transferências
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Um pedido para que o impeachment do presidente Julio Casares seja discutido foi protocolado por conselheiros do São Paulo na última terça-feira. Agora, o processo passa por uma série de etapas até que a destituição do dirigente seja (ou não) votada pelos sócios do clube.
O primeiro passo já foi dado. O requerimento assinado por 57 conselheiros foi encaminhado para o Conselho Consultivo do São Paulo. Cabe, agora, ao grupo de 19 membros a avaliação se o pedido de fato tem as assinaturas necessárias e está de acordo com as normas do clube para ser levado adiante.
Se aprovado pelo Conselho Consultivo, o requerimento volta ao Conselho Deliberativo. Olten Ayres, presidente do órgão, passa a ter 30 dias para levar o pedido de impeachment de Julio Casares à análise e votação entre os conselheiros.
Nesta fase do processo, os 255 conselheiros votam para aprovar ou não o pedido de destituição de Casares. O presidente do São Paulo é afastado preventivamente se dois terços (179 conselheiros) votarem a favor do impeachment, de acordo com o Artigo 112 do Estatuto Social do clube. Caso contrário, o caso é arquivado.
Se aprovado pela maioria do Conselho, o pedido de impeachment vai para uma nova fase: a de votação entre os sócios do Tricolor. Com o presidente já afastado preventivamente, os associados votam numa Assembleia Geral a possibilidade de Casares ser definitivamente retirado do cargo.
A tendência é de que o assunto vá adiante nas primeiras semanas de 2026, depois da análise do Conselho Consultivo.
ENTENDA O CASO
O requerimento protocolado pelo grupo de conselheiros do São Paulo se baseia, principalmente, na exploração clandestina de um camarote do Morumbi, revelada pelo de em reportagem da semana passada.
Em um áudio obtido com exclusividade, os diretores Mara Casares e Douglas Schwartzmann admitem ter participado de um esquema para uso clandestino de um camarote no show da Shakira, em fevereiro deste ano. O agora diretor adjunto licenciado de futebol de base do São Paulo também admite ter ganhado dinheiro.
– E vou repetir uma coisa. Você é uma pessoa que a Mara confiou. Eu só entrei nisso porque a Mara me garantiu que você era de total confiança. Desde o primeiro dia que eu te falava isso. Não podemos fazer coisa errada aqui. Então, teve negócio que você ganhou dinheiro, eu ganhei, todo mundo ganhou. Mas foi feito tudo na confiança. Coisa errada? Errou, tem que comer com farinha. Não tem jeito, querida. Não tem outro jeito. Não tem outro jeito. Não tem.
O Ministério Público também pediu à Polícia Civil a abertura de um inquérito para investigar o caso. Douglas e Mara pediram licença da diretoria do São Paulo, e a ex-esposa de Casares se afastou do Conselho Deliberativo.




