Um dia após a tentativa de fuga e prisão do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques, o ministro Alexandre de Moraes decidiu pela prisão domiciliar de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro. A PF esteve na residência de Martins em Ponta Grossa (PR) para cumprir a decisão. O advogado Jeffrey Chiquini comunicou que a prisão foi decretada pelo envolvimento de Martins na fuga de Vasques, o que gerou críticas por parte da defesa. O ex-assessor, que possui autorização para sair de casa durante o dia e utiliza tornozeleira eletrônica, aguarda a análise de recursos antes de cumprir a pena de 21 anos imposta no julgamento da trama golpista.
A condenação, que ocorreu em dezembro, inclui 18 anos e seis meses de reclusão e 2 anos e seis meses em detenção, além de 120 dias-multa para Martins. A Procuradoria-Geral da República denominou o grupo de ‘núcleo gerencial’, do qual fazem parte servidores de segundo escalão do governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins e o general Fernandes. Segundo a denúncia, esse grupo orquestrou algumas das principais iniciativas da trama golpista, incluindo o bloqueio de rodovias pela PRF nas eleições de 2022 e o plano Punhal Verde Amarelo, que previa o assassinato de autoridades.
A prisão domiciliar de Filipe Martins gerou repercussão, com críticas à decisão de Moraes. O advogado de defesa lamentou o fato de que, no entendimento do STF, é possível responsabilizar terceiros pela conduta de uma pessoa. A situação de Martins é acompanhada de perto, uma vez que aguarda o desfecho dos recursos em liberdade restrita. As acusações envolvendo o ex-assessor continuam a ser debatidas nos tribunais, enquanto novos desdobramentos da trama golpista vem à tona com a investigação em curso.




