No Centro do Rio, um ônibus ignorou o sinal de uma cadeirante, Rita de Cássia Ferreira Alvarenga, de 51 anos, que estava tentando embarcar na linha 409. O coletivo não parou no ponto, alegando que o equipamento para necessidades especiais estava com defeito. Diante da situação, a atleta paralímpica tomou uma decisão drástica: usou sua cadeira de rodas para bloquear a passagem do ônibus, em um ato de protesto. Mesmo com o trânsito engarrafado, o motorista não parou, o que chamou a atenção de quem passava pela Rua do Riachuelo.
Como competidora de modalidades como arco e flecha, corrida e tênis com cadeira de rodas, Rita de Cássia já enfrentou situações similares anteriormente. Em entrevista, ela relatou que já entrou com ações na Justiça por duas vezes devido a ônibus que não pararam para ela. No episódio em questão, além de não ter sido atendida pelo coletivo, a atleta ainda foi xingada por algumas pessoas que estavam dentro do ônibus. Rita destacou a falta de responsabilidade social e o constrangimento que essas situações causam.
O incidente ocorreu quando Rita estava a caminho do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, para retirar um kit que garantiria sua participação em uma corrida programada para o dia 31. A competição prevê que os participantes percorram 7,5 quilômetros no Aterro do Flamengo. Após o ocorrido, a atleta conseguiu pegar um outro ônibus e retirar seu kit, garantindo assim sua presença na corrida.
Procurado, o sindicato Rio Ônibus informou que o veículo com defeito será identificado e recolhido para reparo. Além disso, o motorista será orientado sobre a situação. Rita de Cássia, que lida diariamente com obstáculos e desafios por ser cadeirante, ressaltou a importância de melhorias no transporte público, visando a inclusão e o respeito às pessoas com deficiência. A atleta espera que episódios como esse não se repitam, demonstrando a necessidade de conscientização e aprimoramento nos serviços oferecidos.




