Mãe se arrepende do nome da filha e vence batalha no cartório: de Ariel a Bella

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Bombou no DE: A luta de uma mãe ‘desesperada’ para trocar nome de filha no cartório após se arrepender

O DE revisita histórias curiosas de 2025. Caroline Aristides Nicolichi, de 26 anos, registrou a filha como Ariel em agosto, mas afirma ter se arrependido e brigou com cartório após ter pedido negado.

Mãe se arrepende de nome dado à filha, tenta mudar e cartório nega

A briga de uma mãe para trocar o nome da filha recém-nascida no cartório após se arrepender da escolha viralizou nas redes sociais em setembro. Após quase um mês de disputa, Ariel virou Bella.

Ao longo de dezembro, o DE revisita as histórias mais malucas – e reais – publicadas em 2025. Veja o vídeo acima, leia o texto abaixo e explore outras reportagens no mapa ao final desta página.

A matéria original foi publicada em setembro.

GIF Retrospectiva – Bombou no DE: a luta de uma mãe ‘desesperada’ para trocar nome de filha no cartório após se arrepender — Foto: Editoria de arte do DE

A empresária Caroline Aristides Nicolichi, de 26 anos, e o marido moram em Indaiatuba (SP) e viajaram a São Paulo para o nascimento da quarta filha, em 6 de agosto.

No dia seguinte, na própria maternidade, os pais registraram a filha com o nome de Ariel — o hospital dispõe de um cartório interno para facilitar o registro dos recém-nascidos.

Passados alguns dias, os pais se arrependeram do nome ao perceberem que médicos, enfermeiros e demais funcionários do hospital se referiam à filha no gênero masculino.

“Ainda na maternidade, enfermeira, médico, todo mundo achou que era menino: ‘como que está o Ariel? Vamos examinar o Ariel? E aí, o Ariel fez isso, fez aquilo?’ Então, isso incomodou muito a gente. A gente só olhava um para cara do outro, assim, e ficava, tipo, será que vai ser isso a vida toda?”, contou a influenciadora.

Influenciadora se arrepende de nome de filha e é impedida por cartório de fazer alteração no registro — Foto: Reprodução/Redes sociais

Apesar de Ariel ser considerado um nome neutro, Caroline temeu que a filha sofresse bullying no futuro e, junto de seu marido, resolveu mudar o nome da bebê para Bella.

No dia 18 de agosto, 11 dias após o nascimento da filha, os pais foram até o 28º Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais – Jardim Paulista e solicitaram a alteração do nome. Segundo a empresária, o processo aconteceu rapidamente.

“A gente pagou a taxa de R$ 188. Ela falou que tava tudo certo, que era só voltar em 5 dias para retirar o documento”, explicou Caroline.

No dia 25 de agosto, o casal retornou ao local para retirar a nova certidão de nascimento. Porém, a oficial do cartório informou que o pedido havia sido negado, já que “arrependimento” não era motivo para troca do nome. Foi aí que o conflito começou.

Caroline se baseou no artigo 55, parágrafo 4º da Lei 14.382/2022, que informa que em até 15 dias do registro do nascimento, é possível fazer a alteração do nome do bebê por via administrativa no cartório, desde que haja consentimento dos pais.

De acordo com a mãe, a oficial teria dito que a lei só era válida em casos em que o pai registrasse o nome do filho sem consentimento da mãe. Além disso, ela teria se alterado, chegando a gritar e ameaçar Caroline.

“Ela falou que tinha amigo juiz, que ela ia acabar com a gente. Olhou pra minha cara e falou assim: ‘é bom o seu marido ser muito bilionário, porque a gente vai acabar com vocês. Eu vou acabar com a sua vida'”, relatou a mãe.

A influenciadora também relatou que outro funcionário do estabelecimento chegou a chamá-la de “burra”.

Por conta da discussão, Caroline chamou a polícia e registrou um boletim de ocorrência. Já a solicitação de troca de nome foi encerrada pelo cartório.

“Eu saí de lá chorando, desesperada, tremendo (…) Meu leite chegou a secar, agora eu tô tomando remédio pra poder voltar, por conta do estresse. Foi um choque muito grande. A gente se sente impotente”, desabafa a mãe.

Em nota, o cartório afirmou que “o caso concreto não se enquadra na hipótese normativa em questão”. Também disse que “a legislação não prevê o simples direito de arrependimento posterior à escolha do nome já registrado”.

“No caso da senhora Caroline Aristides Nicolichi, tanto ela quanto o pai da criança, no ato do registro, manifestaram vontade na escolha e fixação do nome, sendo que a lei não resguarda o comportamento contraditório, especialmente daqueles que exercem o poder familiar”, diz a nota.

No entanto, no dia 22 de setembro, Caroline disse que uma decisão judicial permitiu que ela fizesse a troca de Ariel por Bella.

Em nota, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) confirmou a permissão judicial e informou que “a alteração de nome da criança, filha da senhora Caroline Aristides, foi deferida em ação judicial autônoma, em processo judicial, no qual não houve a participação do 28º Registro Civil como parte”.

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