Durante os 25 anos do poder de Vladimir Putin, os bilionários russos, conhecidos como oligarcas, perderam grande parte de sua influência política. As sanções impostas pelo Ocidente não os transformaram em opositores, e as políticas de recompensa e punição de Putin os mantiveram como apoiadores silenciosos. Um exemplo disso foi o ex-banqueiro Oleg Tinkov, que criticou a guerra contra a Ucrânia e teve seu banco nacionalizado após pressões do Kremlin. Outro empresário, Vladimir Potanin, comprou o banco por um valor muito abaixo do real, levando Tinkov a perder bilhões e deixar a Rússia.

Antes de Putin, os oligarcas russos tinham mais influência política e eram capazes de interferir nos mais altos escalões do poder. No entanto, as ações de Putin ao reunir os bilionários russos no Kremlin após a invasão da Ucrânia mostraram que poucos se opuseram publicamente. Muitos dos ultra-ricos da Rússia se beneficiaram da economia de guerra de Putin, incluindo um crescimento econômico acima de 4% ao ano em 2023 e 2024. Ainda assim, Putin não hesita em punir aqueles que se opõem a ele, como no caso de Mikhail Khodorkovsky, o homem mais rico da Rússia preso após criar uma organização pró-democracia em 2001.

Os bilionários russos continuam essenciais para os esforços de guerra de Putin. As sanções impostas pelo Ocidente não conseguiram dividir esse grupo, que permaneceu em silêncio ou enfrentou consequências ao se opor publicamente. O futuro desses bilionários está atrelado ao conflito entre Rússia e Ocidente, e seu maior receio é o retorno dos antigos proprietários. As ações de Putin garantiram que os bilionários russos apoiassem a economia de guerra do país e impuseram uma barreira para uma possível deserção para o Ocidente. O apoio silencioso desses bilionários se mantém, mesmo diante das pressões externas.