A França está debatendo como homenagear Brigitte Bardot, considerando seu legado no cinema e suas polêmicas envolvendo opiniões de extrema direita. Bardot, uma estrela mundial do cinema, faleceu aos 91 anos, deixando para trás quase 50 filmes para dedicar-se à defesa dos direitos dos animais. No entanto, seus laços com a extrema direita geraram controvérsias ao longo dos últimos anos.
Na segunda-feira (29), políticos franceses mostraram opiniões divergentes sobre como prestar tributo à lenda do cinema. Enquanto uns a enaltecem como ícone de liberdade, rebeldia e paixão, outros se questionam diante de suas opiniões políticas controversas. Bardot, famosa desde 1956 com o filme “E Deus Criou a Mulher”, foi condenada cinco vezes por discurso de ódio, principalmente contra muçulmanos e habitantes da ilha de Reunião.
O presidente Emmanuel Macron elogiou Bardot como uma “lenda” do cinema do século XX, porém, figuras da extrema direita foram rápidas em lamentar sua morte, ressaltando sua “francesidade” e integridade. Marine Le Pen, líder do Reagrupamento Nacional, destacou a personalidade livre e indomável da atriz. Enquanto isso, a esquerda política se manteve discreta diante do falecimento da estrela.
Bardot manifestou o desejo de um enterro simples, sem grandes cerimônias, em contraste com a sugestão de um funeral nacional feita por políticos conservadores. A deputada ecologista Sandrine Rousseau criticou a visão seletiva de Bardot em relação à vida animal e humana. O debate sobre como honrar a memória dessa personalidade controversa continua a ecoar na França e além de suas fronteiras.
Nascida em uma família tradicional e católica, Bardot optou por se dedicar à causa animal após encerrar sua carreira no cinema. Com quatro casamentos e um filho, a atriz deixou uma marca indelével na indústria cinematográfica e na defesa de animais. Seu sepultamento em Saint-Tropez, em um local especial perto de seus entes queridos, representa o fim de uma era no panorama cultural francês. A vida e as polêmicas de Brigitte Bardot continuam a ser discutidas, enquanto seu legado permanece vivo no imaginário coletivo.




