O promotor Fernando Berniz, do Ministério Público do Maranhão, explica que mesmo com o presidente da Câmara de Turilândia, José Luís Araújo Diniz, conhecido como “Pelego”, em prisão domiciliar, não há determinação judicial para seu afastamento do cargo de vereador. O escândalo de corrupção que desviou mais de R$ 56 milhões do município resultou na prisão do prefeito, da vice-prefeita e de aliados políticos.
Apesar de cumprir prisão domiciliar com uso de tornozeleira, “Pelego” assumiu interinamente o comando da cidade, de acordo com a legislação que estabelece que na ausência do prefeito e vice-prefeito, o presidente da Câmara assume a administração municipal. O promotor Berniz destaca que, atualmente, não existe risco imediato de continuidade dos crimes investigados.
Mesmo diante das restrições impostas pela Justiça, o presidente da Câmara não tem permissão para se deslocar livremente até a sede da prefeitura. É necessário um pedido específico de autorização ao Tribunal de Justiça para tal. Enquanto isso, a administração pública deve ser conduzida de seu domicílio. O MP descarta a continuidade dos crimes por enquanto, mas afirma que agirá imediatamente caso surjam novos indícios.
As investigações sobre o escândalo continuam em andamento, com as oitivas das testemunhas e envolvidos sendo realizadas pelo Gaeco. Os vereadores investigados estão autorizados a sair de casa somente para participar de sessões da Câmara Municipal, previamente marcadas. Qualquer saída sem autorização pode resultar na revogação da prisão domiciliar e transferência para uma unidade prisional.
A Justiça determinou a prisão domiciliar dos cinco vereadores envolvidos, incluindo Gilmar Carlos, Savio Araújo, Mizael Soares, Inailce Nogueira e Ribinha Sampaio. Com a prisão mantida do prefeito Paulo Curió e da vice Tânia Mendes, o presidente da Câmara deve assumir o comando do município em breve. A operação de desvio de recursos públicos em Turilândia investiga corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
A Operação Tântalo II, que investiga o desvio dos mais de R$ 56 milhões na cidade, aponta para uma organização criminosa estruturada na Prefeitura e Câmara Municipal de Turilândia. O esquema envolveu falsas empresas criadas pelo prefeito e aliados. A gestão de Paulo Curió, entre 2021 e 2025, é apontada como o período em que ocorreram as irregularidades, com fraudes em licitações e desvios de recursos.
O MP identificou a participação de diversas figuras políticas, como o prefeito Paulo Curió, a vice-prefeita Tânia Mendes e a ex-vice-prefeita Janaina Lima, essenciais no desvio de recursos públicos. O papel de cada um era crucial para o funcionamento do esquema, com destaque para a emissão de notas fiscais sem prestação de serviços e retenção de valores dos contratos. Todos os investigados terão seus depoimentos ouvidos na Procuradoria-Geral de Justiça.




