BC aliviado com exclusão de diretor em acareação com dono do Banco Master

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BC fica aliviado com exclusão de diretor da acareação com dono do Master

Depois de dias de tensão, o Banco Central (BC) ficou aliviado com a dispensa do
diretor de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, da acareação com o dono do
Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa.

A princípio, a decisão do ministro Dias Toffoli era para que os três fossem
submetidos a uma acareação, mas o diretor acabou sendo excluído pelo magistrado.

O temor do BC é que a inclusão de Aiton de Aquino Santos na acareação se
transformasse numa “armadilha processual”, criando argumentos para que diretores
e técnicos do banco fossem incluídos também nas investigações pelo relator do
inquérito do caso Master no STF, o ministro Dias Toffoli.

Assim que a informação chegou ao BC de que Ailton de Aquino Santos havia sido dispensado da acareação, técnicos do banco comemoraram e avaliaram que prevaleceu o bom senso, uma vez que as investigações começaram pelas fraudes no Master descobertas pela autoridade monetária. Não fazia sentido envolver quem descobriu as fraudes nas investigações.

Em relação aos depoimentos, o diretor deu esclarecimentos técnicos sobre todas as medidas tomadas para evitar a liquidação do banco Master, como novos aportes, troca de diretores e até a venda da instituição, porém nenhuma dessas alternativas se mostrou viável. Ailton de Aquino também detalhou as fraudes descobertas no Master, como a venda de carteiras de crédito falsas para o BRB.

No depoimento de Daniel Vorcaro, o banqueiro afirmou ter sido pego de surpresa pela decisão do BC de liquidar seu banco, alegando que estava fechando um negócio com investidores dos Emirados Árabes para manter o Master aberto. Contudo, o BC considerou a operação falha e sem sustentação. Após a liquidação, os investidores mencionados por Vorcaro nunca se apresentaram para defender a compra do Master, sendo apenas o próprio banqueiro a se manifestar.

Vorcaro declarou ainda que não causou prejuízo ao BRB e que seu banco tinha condições de continuar operando. Porém, os técnicos do BC contestam essa afirmação com base nas ações realizadas desde o ano anterior para acompanhar as dificuldades financeiras da instituição.

O BRB não sofreu prejuízos porque o BC determinou o cancelamento das operações de compra de carteiras de crédito fraudulentas, no montante de R$ 12,2 bilhões. Mesmo assim, o fato de as carteiras serem falsas e simularem uma venda para o BRB não pode ser ignorado.

Sobre a situação financeira do Master, a equipe do BC destacou que o banco já não conseguia cumprir com suas obrigações e dependia do Fundo Garantidor de Crédito para pagar CDBs vencidos. Essas informações foram enviadas ao Tribunal de Contas da União para análise.

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