Eduardo Cunha diz ter aneurisma como o de dona Marisa

O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira, diante do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, que tem um aneurisma cerebral semelhante ao de dona Marisa, mulher do ex-presidente Lula que morreu na semana passada. Ela tinha um aneurisma cerebral que se rompeu, provocando um AVC em 24 de janeiro. Ao final de seu depoimento que durou pouco mais de três horas, o peemedebista leu uma carta manuscrita de dez páginas na qual explica sua condição médica e afirma que não está recebendo o tratamento adequado no Complexo Médico Penal de Pinhais. A informação foi confirmada pelo escritório de advocacia responsável pela defesa de Cunha. Foi a primeira vez que o ex-parlamentar ficou frente a frente com Moro.

Agora cabe a Moro analisar o pedido e permitir ou não que Cunha responda ao processo em liberdade. A defesa do ex-deputado também protocolou pedidos de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

Já acuados pelas delações da Odebrecht, que implicam praticamente toda a cúpula do Governo de Michel Temer, peemedebistas temem que Cunha firme um acordo de colaboração com a Justiça e coloque mais lenha na fogueira da Lava Jato. O ex-deputado, apontado como um dos maiores artífices do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff no ano passado, sofreu uma derrocada política após aceitar o pedido de afastamento da petista. Abandonado pelo partido e pelos deputados do centrão – sua base de sustentação – e envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras, o então todo-poderoso da Câmara se viu isolado.

A situação dele se complicou após ser acusado de ser titular de offshores não declaradas em paraísos fiscais. Ele negou o fato diante da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, mas o Ministério Público Federal apresentou documentos que comprovam o faro. A mentira custou caro para Cunha, que acabou afastado da presidência da Câmara e perdeu o mandato por ordem do STF. No entendimento dos ministros, ele usou seu poder na Casa para obstruir as investigações contra ele. O processo contra ele corria no STF, mas como o peemedebistae teve o mandato cassado o caso foi para a primeira instância.

Fonte: El País

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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