O governo dos Estados Unidos apresentou nesta quarta-feira (15) ao Conselho da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) uma recomendação formal para que o Brasil entre no grupo formado pelos países mais desenvolvidos do mundo, segundo informações do Itamaraty.
O que é a OCDE?
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), fundada em 1961, reúne países com os maiores índices de desenvolvimento humano e econômico. Por isso, é apelidada de “clube dos ricos”. O colegiado, formado por 36 países, atua na cooperação e discussão de políticas públicas e econômicas para guiar as nações associadas.
Quais países compõem a OCDE?
Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Suíça, Turquia.
Quais os requisitos para entrar na organização?
Para fazer parte, é preciso seguir uma série de medidas econômicas liberais, como o controle fiscal e da inflação. Em troca, o país recebe um “selo” de investimento e pode se tornar mais atrativo. Além do apoio dos países membros da organização, o Brasil deverá cumprir uma série de requisitos da organização, como iniciativas que busquem o controle fiscal e da inflação. Segundo a Casa Civil, são 253 pontos exigidos, e o país já cumpriu até agora 82. Outos 66 estão em análise.
Por que o Brasil quer entrar na OCDE?
O governo avalia que a entrada no clube dos ricos é uma oportunidade para atrair mais investimentos e se colocar entre os países mais desenvolvidos do mundo. Ou seja, seria uma espécie de selo para chamar atenção de investidores.
Qual a contrapartida para ingressar na OCDE?
Para integrar a OCDE, o Brasil abre mão do tratamento especial que recebe na OMC (Organização Mundial do Comércio), que reúne mais de 160 países. A lista inclui países que se autodenominam “em desenvolvimento” e que, por isso, têm vantagens, como mais prazo para cumprir acordos, entre outras
O que mudou sobre o apoio dos EUA?
O apoio à entrada do Brasil no “clube dos países ricos” havia sido anunciado durante encontro entre Bolsonaro e o presidente americano Donald Trump, na Casa Branca, em março de 2019. Em outubro, porém, a imprensa americana noticiou que os Estados Unidos dariam preferência ao ingresso imediato de Argentina e Romênia. Com a mudança no governo argentino – saiu o liberal Mauricio Macri e entrou o peronista Alberto Fernández –, o Brasil voltou a ter prioridade.