O rentável e seguro investimento em imóvel residencial

O cenário econômico atual é bastante obscuro, em função da crise causada pelo coronavírus, o que dificulta qualquer decisão de investimento. Porém, é importante considerar que toda crise é passageira, e avaliar o cenário macroeconômico que vínhamos vivenciando antes desta crise. Tendo isso em vista, não é difícil concluir que comprar imóveis residenciais para locação será uma excelente alternativa de investimento.

No início da crise gerada pela COVID-19, a taxa de juros básica do Brasil, Taxa Selic, estava em seu menor patamar da história do país, 4,25% ao ano – e já sofreu a primeira queda durante a crise, sendo reduzida a 3,75% ao ano. A tendência é que essa taxa caia ainda mais nos próximos meses, uma vez que este deve ser um dos instrumentos de política monetária utilizada pelo país para incentivar o consumo e recuperar a economia. Alguns economistas falam em taxa Selic abaixo de 3% a.a. ainda em 2020, o que implica em taxa de juros real próxima de zero, quando descontada a inflação. Neste cenário, os tradicionais investimentos seguros, tais como títulos do tesouro, CDBs e fundos lastreados em CDI passarão a ter rendimento real próximo a zero. No mundo, o cenário também é de taxas de juros muito baixas, com alguns países da Europa já praticando taxas negativas, algo difícil de se assimilar.

A rentabilidade de um aluguel residencial é, em média, entorno de 0,6% do valor do imóvel ao mês, podendo variar, geralmente, entre 0,3% a 1%, dependendo das características do imóvel. O aluguel de imóvel tem, ainda, a vantagem de ser corrigido anualmente por algum índice de inflação, normalmente o IGP-m, calculado pela Fundação Getúlio Vargas. Dessa forma, com taxas de juros tão baixas no Brasil e no mundo, o investimento em imóveis residenciais para locação tornou-se muito atraente, ganhou novo protagonismo no mercado e vem atraindo tanto pequenos, como grandes investidores e companhias do mercado imobiliário.

Foi com base no promissor retorno dos aluguéis residenciais que grandes empresas e investidores vem se estruturando para adquirirem e/ou desenvolverem apartamentos residenciais não mais para venda, mas sim com o objetivo de alugar. Ou seja MRV, maior incorporadora e construtora do Brasil, que criou a LUGGO; Cyrela, que fez uma joint venture com um grande Fundo de Investimentos internacional, o Canada Plan Investment Board; e da JFL, empresa do João Felipe Leman, filho do Jorge Paulo Leman, maior empresário/investidor do Brasil, todos serão proprietários dos ativos imobiliários e ganharão com o retorno da locação dos apartamentos.

A segurança do investimento em apartamentos para locação vem não apenas da resiliência do aluguel, como também pelo baixo risco de volatilidade no preço do ativo. Em um momento de taxas de juros baixa, é comum os investidores buscarem investimentos de maior risco, em busca de maior rentabilidade. Porém, ativos como ações de empresas listadas na Bolsa de Valores, fundos multimercados, e até mesmo títulos públicos, entre outros, costumam sofrer grandes oscilações em momentos de crise, podendo gerar perdas significativas para seus investidores. Estes ativos são muito vulneráveis a qualquer instabilidade de cenário, como, por exemplo, a atual crise mundial gerada pela COVID-19, como também por guerras comerciais entre EUA e China, crise do petróleo e, também, por crises políticas brasileiras. O mesmo não acontece com o valor dos imóveis. Estudando-se as diversas crises ocorridas em todo o mundo, os imóveis tendem a ter oscilações de valores muito menores do que qualquer um desses ativos financeiros.

Aliás, os imóveis em Goiânia têm grande potencial de valorização futura, uma vez que os preços estão muito aquém das demais capitais do Brasil. Segundo os dados da Ademi-GO (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás), os imóveis em Goiânia valorizaram em média 5% ao ano de 2014 a 2019, período de crise econômica causada pela instabilidade política do Brasil (eleições presidenciais, impeachment da Dilma, etc). Nos anos anteriores, de 2011 a 2013, que foram anos excelentes para o mercado imobiliário, a valorização média dos imóveis foi de 14% ao ano. Hoje com as taxas de juros dos financiamentos imobiliários no menor patamar da história do Brasil, temos o cenário propício à valorização imobiliária, uma vez que os valores das parcelas dos financiamentos imobiliários caem e mais pessoas têm condições de comprar imóveis. Como consequência, a demanda por imóveis aumenta e, com demanda alta, os preços tendem a subir. O que se confirma com dados da Abecip prevendo valorização de 1,37% dos imóveis em Goiânia apenas no mês de janeiro de 2020.

Dessa forma podemos dizer que o investimento em imóveis sempre foi uma excelente alternativa pra quem busca segurança. Um “porto seguro” para quem almeja preservar seu patrimônio. O que mudou com o cenário atual é que, além de seguro, o investimento em imóveis passou a ser altamente rentável, uma vez que outras alternativas de investimento seguras passaram a render muito pouco no atual patamar de taxas de juros. Portanto, a conclusão é óbvia: se estiver com capacidade de fazer investimentos, busque as alternativas de apartamentos de incorporadoras de credibilidade, associadas à Ademi-GO, e realize um investimento seguro e rentável

 

Fernando Razuk é empresário e vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO)

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A crise moral da nova geração de médicos

Médico com máscara.

Por: SARA ANDRADE

Uma jornalista jovem de classe média tem livre circulação nos ambientes frequentados por pessoas com histórias relativamente parecidas: vivendo dentro dos seus vinte anos, formando-se na faculdade e começando carreiras no mercado de trabalho. Nesta bolha, destaca-se a quantidade de moças e rapazes que optaram pelo estudo da medicina.

Estão aí para provar as estatísticas: de 2000 para 2020, o número destes profissionais no Brasil mais que dobrou, passando de 230 mil para meio milhão, segundo resultados do estudo “Demografia Médica no Brasil 2020”, liberado pelo Conselho Nacional de Medicina em parceria com a Universidade de São Paulo.

As milhares de entregas de canudo, tão comemoradas, foram responsáveis por alargar a média de médicos a cada mil habitantes no país: de 1,4 para 2,4, colocando o Brasil no mesmo patamar de nações como Japão ou Polônia, e apenas décimos atrás dos Estados Unidos, com média de 2,6. O que os números não podem mostrar, no entanto, são os pormenores deste fenômeno. Aqui vale o ponto de vista de uma jovem jornalista, e o cenário não é tão simples quanto parece.

A medicina sempre carregou consigo seu bocado de nobreza. Curar doenças, tirar a dor das pessoas, aumentar o tempo e a qualidade de vida: de fato, o jaleco branco pode ser uma espécie metafórica de batina, numa profissão quase sacerdotal, sagrada. Não seria falta de noção falar até em “amor ao próximo”. Muitos jovens estudantes parecem ter esta ideia romântica em mente: ajudar as pessoas através do trabalho de suas vidas. Não é só um emprego: torna-se missão e vocação.

Enquanto isso, outros estudantes de medicina parecem perdidos pelo caminho. Atenção: este é um questionamento aos que em breve serão médicos! Você está verdadeiramente preparado para abrir mão de si, dos seus desejos e caprichos, em prol de um desconhecido? Muitas vezes, seus pacientes serão “impacientes”, inoportunos e sem educação (até porque podem estar sob o efeito de grande dor).

Você pode não ser agradecido, nem reconhecido ou elogiado. Quem sabe até injustiçado. Pense consigo, você pode suportar? Você quer suportar? A sua escolha deve ser como em um casamento: o padre sempre avisa da riqueza e da pobreza, da saúde e da doença: quem diz sim, o diz para tudo.

Com o prestígio do ofício, vêm os abutres. Quantos não estão cursando medicina pelo status social, pelo dinheiro prometido, ou ainda apenas pela experiência da vida festeira de universitário? Tudo isso pode estar no pacote, caso o amor também se faça presente. Sem amor primeiro, é tudo vazio neste coração de doutor. Assim, a indagação martela nas mentes: como um universitário interesseiro e exibido, que nunca se doou a nada, nem a ninguém, pode ser um bom médico? De onde tirará o amor que tudo suporta, que persevera? Ninguém pode dar o que não tem.

Seria possível que um estudante qualquer de medicina, na condição de escravo de aprovação, de likes em redes sociais, incapaz de reconhecer o esforço da família para formá-lo, que só se importa em figurar bem para os amigos nos ambientes sociais… seria possível que disso saia altruísmo, doação e abnegação de si? Doar-se não é lá tão impossível e atos como arrumar a própria cama já são ótimos sinais de ordem interior. A disciplina, a sinceridade, a submissão aos superiores, tão necessárias no dia a dia do médico: tudo isso começa pequeno, mostrando-se no dia a dia do estudante.

Se você não sente obrigação nenhuma para com ninguém, se o mundo inteiro (seus amigos, pais) está sempre errado e você certo, ou se a culpa de seus fracassos, ou más ações, nunca é sua, pobre vítima… falta-te o principal para ser um bom médico: o amor. E este só vem com maturidade, com a compreensão de que sua vida não é para você se entupir de si mesmo, mas um presente ao mundo: ao tiozinho da esquina que sofre, à criança resfriada e à fofoqueira insuportável do bairro. Desse modo, seus dias ganharão um sentido maior.

Muitos reduzem o sucesso na vida ao sucesso profissional. Nada mais equivocado! Quantos não são fracassados com contas bancárias gordas? Isso acontece porque sucesso verdadeiro é ter personalidade, maturidade. E isso só se alcança com consciência moral, que diferencia bem e mal, e que gera noção de dever. Mas o que será de uma geração de jovens médicos que tem horror à própria ideia de moralidade? De ordem? Ou com uma dificuldade imensa de compreender a necessidade de regras, de ritos… Serão eles ricos? É possível. E também miseráveis, porque imaturos e sem personalidade. No fim, ninguém é feliz assim, ou cumpre seu chamado no mundo, sua vocação.

Aliás, o que levaria um jovem médico a doar-se por alguém? Sem sombra de dúvidas, a certeza da dignidade da vida humana, e o conhecimento da sua transcendência. Infelizmente, esta geração tem receio até mesmo de dizer que uma vida humana vale mais que a vida de um papagaio, ou de uma lesma. Como amar o humano, se não se sabe o que ele é, ou quanto vale? Ingênuo pensar que um estudante imaturo e incapaz de amar tornaria-se imediatamente amoroso e dedicado pelo toque mágico do diploma em suas mãos.

Essa dinâmica se aplica a todas as profissões, mas o médico deve ser o primeiro da fila a entender a vida. Porque muitas vezes, ela está em suas mãos. Um bom exemplo a guiar os novatos de consultório pode ser São Lucas. Médico, artista e historiador. Com uma vida inteira doada ao conhecimento da verdade humana. Que a paixão pela beleza da existência também inspire você a cada dia, jovem médico, e te leve ao amor maior. Especialmente neste dia 18, dia do médico e de São Lucas, padroeiro da honrosa missão de curar.

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