Ministério Público leva dois funcionários da prefeitura de Nova Crixás na justiça por cobrança ilegal de impostos

O Ministério Público de Goiás, por meio da Promotoria de Justiça de Nova Crixás, está exigindo a indisponibilidade de bens de dois funcionários da prefeitura da cidade: o secretário de Meio Ambiente, Bruno Almeida Ramos, e o chefe dos guardas municipais, Lemuel Rodrigues Soares Júnior.

Os dois teriam exigido cobranças indevidas de alguns vendedores ambulantes para benefício próprio, segundo o promotor de Justiça que abriu o caso, Mario Henrique Caixeta. Os funcionários foram organizadores das festas de comemoração do 36º aniversário de Nova Crixás, nos dias 1º e 2 de fevereiro.

Conforme detalhado na ação, os dois exigiram valores de vendedores ambulantes como se fossem fiscais de tributos. De alguns, no entanto, nada foi cobrado. Segundo apurado pelo MP-GO, Lemuel anotou alguns poucos nomes e números de CPF, para a emissão de Documento Único de Arrecadação Municipal (Duam).

Mario Caixeta observou que os valores arbitrados por Lemuel não tinham embasamento e serviram apenas para simular que as cobranças estavam sendo feitas regularmente. Mas não deixou de gerar suspeitas, porque o número de barracas era muito maior que o de Duams.

“Imoralmente, causaram lesão ao patrimônio público (recolheram via Duams apenas R$ 3,2 mil de 12 ambulantes, enquanto havia, no local, 54 ambulantes). Outrossim, enriqueceram-se ilicitamente, ao exigem vantagem indevida de alguns ambulantes, dela se apropriando”, relatou o promotor.

Em depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal, diversos comerciantes  confirmaram a irregularidade das cobranças. Alguns relataram que ninguém havia feito a cobrança da barraca, enquanto de outros foi exigido até R$ 10 mil. Uma das depoentes afirmou que, inicialmente, foi cobrado R$ 5 mil, mas ela “pechinchou” e, então, Bruno Ramos abaixou o valor para R$ 3 mil, mas fecharam em R$ 2 mil. Ao final, acabou pagando R$ 1,5 mil em espécie, entregue em mãos, e não foi emitido recibo.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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