Auditoria Fiscal do Trabalho em Goiás alerta para efeitos negativos

A Auditoria Fiscal do Trabalho em Goiás alerta para os efeitos negativos das alterações previstas na reforma trabalhista e defende participação da sociedade nas discussões que envolvem o assunto. Estão em andamento mudanças profundas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com exclusão de direitos constitucionalmente assegurados. Para os Auditores Fiscais do Trabalho, as alterações previstas colocam o Brasil na contramão da evolução dos direitos sociais.

O projeto que prevê a reforma foi apresentado na manhã desta quarta-feira (12/4) pelo relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), à comissão especial da Câmara que discute o tema. Entre as propostas está o aumento de garantias ao trabalhador terceirizado e o fim da obrigatoriedade do pagamento da contribuição sindical. A expectativa é que a votação seja realizada na próxima semana.

Enquanto isso, a Auditoria Fiscal do Trabalho enfatiza que, caso não haja recuo, o trabalhador terá grandes prejuízos, como redução salarial, redução do número de empregos formais, aumento da informalidade, além de diminuição da arrecadação previdenciária e do FGTS. “Se a sociedade não participar do debate, se não houver pressão popular, infelizmente o projeto será aprovado da forma que está sendo apresentado. No caso da reforma da Previdência, muitos tópicos foram amenizados após a pressão dos brasileiros. O ideal é que houvesse essa mesma pressão no caso da reforma dos direitos dos trabalhadores”, defende Rogério Silva Araújo, Auditor-Fiscal do Trabalho de Goiás.

Rogério, que representou a categoria através do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho e participou de forma ativa das discussões sobre o tema em Brasília, explica alguns dos tópicos presentes na proposta e suas consequências ao trabalhador. Uma das principais linhas da reforma defendida pelo governo é aumentar o poder das negociações e permitir que o acordado se sobreponha ao legislado. “Essas negociações coletivas vão retirar direitos já garantidos. A partir dessa reforma, cada empresa teria sua própria regra”, critica.

Também consta no relatório a regulamentação do trabalho intermitente, que permite jornadas inferiores a 44 horas semanais. “Essa questão de não ter jornada fixa exige que o trabalhador esteja em alerta o tempo todo, sem poder se desligar. Nunca estará de folga realmente. Benefício só para o empregador”, explica o Auditor-Fiscal do Trabalho.

Também será levado ao Congresso o parcelamento do gozo das férias anuais em até três vezes, com pagamento proporcional, desde que um dos períodos corresponda a pelo menos duas semanas de trabalho ininterruptas. “O período ficará a critério do empregador. Isso vai abrir margem para que donos de empresa estipulem os períodos de férias sem consultar a programação do trabalhador”, detalha Rogério Silva Araújo.

Ao contrário dos anseios dos trabalhadores, que pedem redução da jornada sem redução dos salários, a proposta de mudança prevê que a jornada possa ser estendida em até 10 horas diárias, não podendo ultrapassar as 220 mensais. “Isso vai acarretar no aumento da carga horária, aumentando a exaustão e a chance real de acidentes durante o exercício da função. Não há benefícios para o trabalhador, apenas para quem emprega”.

Sobre a terceirização, o Auditor-Fiscal do Trabalho classifica como uma precarização muito grande. “Vamos deixar de ter empresas com empregados. Pela nossa experiência, trabalhador terceirizado sofre mais acidentes, recebe menos e trabalha mais. Isso é muito perigoso”, alerta. “O horizonte que estamos vendo é bem ruim”, finaliza Rogério Silva Araújo.

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Goiás lidera crescimento econômico nacional com 3,5% em setembro

Goiás se destacou mais uma vez como o líder do crescimento econômico nacional em setembro, com um aumento de 3,5% na variação mensal, comparado ao mês de agosto. Este crescimento é mais de quatro vezes superior à média nacional, que foi de 0,8% no mesmo período. As informações são do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), medido pelo Banco Central e analisado pelo Instituto Mauro Borges (IMB).
 
A atividade econômica goiana também apresentou um significativo avanço interanual, com um crescimento de 4,7% em setembro de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano anterior. No acumulado em 12 meses, o avanço goiano foi de 3,8%, enquanto no acumulado do ano, entre janeiro e setembro, o crescimento foi de 2,4%.
 
O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, atribuiu o crescimento observado a investimentos estratégicos e setores em ascensão. “Mais uma vez a economia em Goiás se destaca entre as demais unidades federativas com o índice divulgado. O crescimento observado é fruto de investimentos estratégicos e setores em ascensão que contribuem para o nosso desenvolvimento econômico,” afirmou.
 
O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) é um indicador considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e é utilizado para monitorar o desempenho da economia em bases mensais. Ele mede a evolução da atividade econômica, considerando dados de setores como indústria, comércio e serviços.

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