Entrevista: mês de agosto é dedicado ao combate do câncer de pulmão, o mais letal entre os tumores

O mês de agosto foi dedicado à luta contra o câncer mais mortal da atualidade: o de pulmão. Enquanto 2 milhões de pessoas são diagnosticadas por ano, cerca de 1 milhão e 760 mil vão à óbito no mesmo período de tempo. Para falar sobre essa doença, a Drª Danielle Laperche, que é oncologista, concedeu uma entrevista cheia de informações importantes para o seu combate.

“O Agosto Branco é focado na doença que surge do pulmão, mas o pulmão é um sítio muito comum de metástase para diversas outras neoplasias”, alertou a médica. Câncer de intestino ou câncer de mama, por exemplo, podem “ressurgir” por metástase no pulmão.

Mas, quando se fala sobre esse tipo de câncer, o maior inimigo é sempre o cigarro.”A gente não teria tanto câncer de pulmão se não fosse o tabaco. O câncer de pulmão sem o tabaco tem um percentual muito pequeno e seria uma doença relativamente rara”, observou Laperche.

O vilão é tão mortal, que até o tabagismo passivo tem papel de destaque no desenvolvimento da doença. “Fumaças em geral, elas tem uma relação sim”, explica, mas “a do tabaco é pior porque ele concentra uma quantidade de toxinas muito grande”.

A oncologista também explica que o câncer pulmonar é uma doença genética, mas que depende de alguns gatilhos ambientais para se manifestar. “Até o fugão a lenha”, lembra Danielle, é perigoso, pelo fato de causar outra doença: a enfisema pulmonar, que, por sua vez, é um fator de risco para o câncer de pulmão.

Sobre o papel da poluição nesse cenário de complicações na saúde, a médica disse ao repórter Breno Magalhães: “Ainda não tem muito bem estabelecida essa correlação de poluição… com relação à câncer de pulmão”.

De acordo com a doutora, no entanto, na Ásia, algumas localidades apresentam mais casos de câncer de pulmão que a média mundial, e que, por coincidência ou não, a presença da poluição nesses lugares também é maior. Apesar de não ser fator primário, Danielle não descarta a poluição como um agente causador do câncer de pulmão.

Qual a prevenção? “A prevenção maior é não fumar ou cessar o tabagismo o quanto antes: essa é a dica.”, termina a médica. E outra dica de ouro: a alimentação saudável também é fundamental.

Confira nossa entrevista na íntegra:

 

 

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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