A gafe envolvendo o paradeiro do porta-aviões nuclear americano Carl Vinson — descoberto no caminho oposto da Península Coreana, quando deveria estar rumando para fazer uma exibição de poder ao ditador norte-coreano, Kim Jong-un — pôs em xeque a credibilidade das ameaças de uso de força pelo presidente Donald Trump.
Enquanto o vice-presidente Mike Pence voltava a fazer promessas de uma “resposta esmagadora” à Coreia do Norte a bordo de um outro porta-aviões no Japão, a confusão sobre o Carl Vinson foi alvo de chacota e comentários preocupados na Ásia.
A mídia estatal norte-coreana não hesitou em classificar a retórica americana como “um blefe” e afirmou que Washington agora “tenta fingir que tudo não passava de um alerta”.
Na Coreia do Sul, Hong Joon-pyo, candidato à Presidência, inicialmente evitou fazer julgamentos. Mas deixou escapar que a relação com os EUA pode ter ficado abalada pelo caso.
— O que o presidente Trump disse foi muito importante para a segurança nacional da Coreia — afirmou. — Se era uma mentira, então a Coreia do Sul não acreditará mais no que ele disser.
Na China, o portal Guancha declarou que a imprensa mundial fora “novamente tapeada por Trump”, enquanto o “Global Times”, diário ligado ao Partido Comunista Chinês, classificou a atuação da imprensa americana, japonesa e sul-coreana como “uma tremenda lambança”.
Na Casa Branca, o porta-voz do governo, Sean Spicer, ainda tentou minimizar o fiasco causado pela revelação de que o porta-aviões — atualmente na costa da Austrália — ainda deve levar mais uma semana para se aproximar da Península Coreana.
Spicer atribuiu o caso a “um erro de comunicação” entre Pentágono e governo.