Juiz libera suspeitos de execução no Rio de Janeiro

O juiz Alexandre Abrahão, do 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, acatou pedido apresentado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e concedeu liberdade aos policiais militares Fabio de Barros Dias e David Gomes Centeno acusados de executar dois homens estendidos no chão, na Pavuna, zona norte da capital fluminense, em 31 de março. Eles estão lotados no 41º Batalhão de Polícia Militar, em Irajá.

“A gravidade do crime serve à mensuração da pena; não à imposição de prisão preventiva. Ordem concedida. Este é o norte. Em sendo grave o crime, cabe ao juiz , ao dosar a pena, nos termos do Artigo 59 do CP [Código Penal] agravá-la. Não agora, por antecipação”, comentou o magistrado na decisão.

As imagens dos policiais executando os dois indivíduos tomou repercussão nacional depois de terem sido compartilhadas nas redes sociais e em veículos de imprensa. Na mesma operação, a estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, morreu ao ser atingida por três tiros, quando fazia educação física no pátio da Escola Municipal Daniel Piza.

O magistrado justificou sua decisão com base no clamor popular. “Ponderei especialmente sobre a voz das ruas. Lembrei-me, na minha reflexão, das palavras do desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo: ‘as relações sociais mudaram, e a magistratura precisa mudar também. Não pode mais ser aquela figura da ‘torre de marfim’.”

De acordo com o magistrado , é esperado que sua decisão seja alvo de apedrejamento público em razão da polarização de opiniões sobre a situação. “Especialistas, mesmo sem conhecer o processo, farão ‘julgamentos’, criarão ‘teses conspiratórias’, ‘insinuações’ etc”, afirma Abrahão. “Afinal, em momentos de intolerância extrema, nós [magistrados] acabamos alvo de toda sorte de ataques.”

RESTRIÇÕES
Os dois policiais poderão voltar ao trabalho, em funções administrativas e sem porte de arma. Os acusados estão proibidos de frequentar locais públicos, festas, bares e outras atividades sociais com aglomeração de pessoas e devem se recolher em casa às 22h. Ambos não podem ter contato com as testemunhas não militares e parentes das vítimas, mantendo-se sempre afastados em distância não inferior a mil metros deles e da área de atuação do 41º Batalhão de Polícia Militar . Eles também não podem deixar a cidade.

Apesar da decisão do juiz, ativistas de direitos humanos criticaram as execuções, que classificaram de prática recorrente e institucionalizada no estado do Rio de Janeiro . De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, somente em janeiro e fevereiro deste ano, 182 pessoas foram mortas por intervenção policial nas favelas do Rio.

 

 

*Fonte: IG

DE

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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