Bebê de três meses é interrogado por envolvimento com terrorismo

Um bebê britânico de três meses foi intimado a uma entrevista na embaixada dos Estados Unidos em Londres depois de seu avô identificá-lo como terrorista por acidente. Harvey Kenyon-Cairns tinha voo marcado para Orlando, na Flórida, quando o avô cometeu um erro no formulário de obtenção de visto.

No formulário do Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (Esta), o avô, Paul Kenyon, marcou a resposta errada na pergunta “Você pretende se envolver ou já se envolveu em atividade terrorista , espionagem, sabotagem ou genocídio?”.

O senhor de 62 anos só percebeu a confusão quando seu neto teve o visto negado. “Eu não conseguia acreditar que eles não perceberam que foi um erro genuíno e que um bebê de três meses não apresentaria perigo a ninguém”, disse Kenyon.

“Ele claramente nunca se envolveu em genocídio nem espionagem, mas já sabotou algumas fraldas, entretanto não mencionei isso à embaixada dos Estados Unidos”, brincou o avô.

Toda a confusão fez com que a viagem custasse mais três mil libras esterlinas (mais de R$ 11,5 mil) à família, já que o visto não ficou pronto a tempo para o voo reservado.

Paul embarcou com a esposa Cathy, de 57 anos, e a neta Ava na data planejada, mas Harvey e seus pais Faye Kenyon-Cairns, de 27 anos, e John Cairns, de 31 anos, precisaram viajaram em outro avião, alguns dias mais tarde.

“Foi um erro bem caro, mas eu esperava que a embaixada dos Estados Unidos fosse perceber a confusão sem que precisássemos passar por tudo isso”, completou o senhor. “De qualquer forma, se você um terrorista, duvido que marcaria ‘sim’ no formulário do Esta”.

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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