Investimentos luxuosos de padre Robson revoltam fiéis em Trindade

Casa na praia de Guarujaba (BA)

A operação Vendilhões deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, tendo como alvo padre Robson até então reitor do Santuário Basílica de Trindade na região metropolitana de Goiânia, revelou supostos investimentos milionários da Associação Filhos do Pai Eterno (Afip), entidade também dirigida na época por padre Robson.

O que chamou a atenção foi o desvio do dinheiro doado pelos fiéis para construção da nova igreja para bens de luxo como avião, casa luxuosa na praia de Guarujaba (BA) e uma fazenda que segundo o MP, custou R$ 90 milhões.

O que causou revolta nos devotos do Divino Pai Eterno. Para a aposentada Regina Alcântara, de 74 anos, o pároco deve assumir a culpa pelos crimes. “Ele tinha que ter investido na nova igreja, porque a construção está parada há muito tempo. Não tem como sair dessa culpa, ele tem que assumir”, afirma a aposentada.

 

Fazenda da Afipe tem mais de 11 mil hectares e custou R$ 90 milhões em Goiás

A professora Nide Morais, de 49 anos, católica e moradora de Trindade há 44 anos, acredita que o Padre Robson aproveitava da boa vontade dos fiéis. “Acho que ele gostava dos fiéis, mas aproveitava da boa vontade de cada um. O padre pode ter ajudado a levar a palavra do Divino Pai Eterno para muito longe, mas para mim não vai mudar nada. Minha fé está no Divino Pai Eterno e não nele”, explica.

Avião adquirido pela Afip

Para Regina Alcântara, que costumava frequentar as missas celebradas pelo padre Robson, mesmo se assumir a culpa pelos crimes, ele deve ser perdoado. “Ele é ser humano como a gente e erra também”, comenta a aposentada.  O religioso, que ainda não foi ouvido pelos promotores, sempre negou qualquer irregularidade. O Ministério Público não divulgou o balanço das ações feitas pela Operação Vendilhões no último mês.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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