MP-GO cobra informações sobre doação feita pela prefeitura de Ceres da Casa de Bernardo Sayão

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Ceres, encaminhou ofício ao prefeito Rafaell Dias Mello, solicitando informações sobre uma possível doação de imóvel da União à Fundação Buritis. Segundo o promotor de Justiça Marcos Alberto Rios, o prédio em questão possui valores estético e histórico, por ser uma antiga residência de Bernardo Sayão, fundador da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (Cang) e engenheiro responsável pela construção da rodovia BR-153, conhecida por Belém-Brasília.

O promotor de Justiça relatou que chegou ao conhecimento do MP-GO a informação sobre a doação, que a Fundação Buritis já havia tomado posse do imóvel, se apropriando de objetos móveis pertencentes a Bernardo Sayão, como cama, guarda-roupa, penteadeira, malas, baús, fotografias, mesas de trabalho e de cozinha, diversos mapas, plantas e trabalhos de engenharia, ferramentas, peças e maquinários de valor histórico. Marcos Rios, destaca que a casa pertence à União e foi emprestada à Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), com cláusula que previa a devolução do imóvel ao patrimônio da União se ele não fosse mais necessário.

Marcos Alberto Rios, relata que o MP-GO não foi consultado ou comunicado da existência da doação. “O espaço pertence à União. Caso, de fato, o município tenha efetuado tal doação, esta é nula de pleno direito, uma vez que, não tendo a propriedade do imóvel, jamais poderia tê-la realizado” pontuou. Para ele, a União, legítima proprietária do imóvel, deve se manifestar sobre a doação.

Revogação 

Devido a Apae ter se retirado há mais de dois anos, caberia somente informar o fato ao seu legítimo proprietário, “para que comparecesse ao local e fizesse um inventário de todo o acervo de objetos móveis ali existentes, sua catalogação e destinação”, informou o promotor de Justiça. 

O promotor de Justiça solicitou ao prefeito Rafaell Dias Mello que consulte os atos normativos e informe sobre a doação,  que caso seja ilegal, deve ser revogada imediatamente. Em seguida, segundo com Marcos Alberto Rios, as medidas deverão ser comunicadas ao MP-GO, em 15 dias, para que sejam adotadas providências no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e junto ao Ministério Público Federal, objetivando a proteção ao espaço histórico.     

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Polícia desmantela esquema nacional de golpes bancários

Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagra a Operação Falsa Central, uma ação coordenada pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foram cumpridos 95 mandados judiciais em todo o país — 58 de busca e apreensão e 37 de prisão —, além do bloqueio de 438 contas bancárias ligadas ao grupo.

A operação, nesta quinta-feira (21/11), que contou com apoio das polícias civis de São Paulo, Pernambuco, Pará, Piauí e Ceará, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central bancária. O esquema causou prejuízos de aproximadamente R$ 200 mil a 27 vítimas identificadas apenas em Goiás.

O delegado William Bretz, chefe do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Deic), conta que a Operação terá desdobramentos.

“A partir da análise do número 0800 usado no golpe, os investigadores descobriram outras 449 linhas vinculadas ao grupo, sugerindo um esquema de alcance nacional. Embora a primeira fase da operação tenha focado nas vítimas goianas, há indícios de centenas de outras vítimas em diferentes estados, que serão o alvo das próximas etapas”, disse.

Os envolvidos responderão por crimes como fraude eletrônica, furto mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a 29 anos de prisão. As investigações continuam sob responsabilidade do Gref/Deic de Goiás.

Alerta à população:

A Polícia Civil orienta que a população desconfie de mensagens ou ligações suspeitas sobre compras não reconhecidas e que jamais realize transações ou forneça dados pessoais sem antes confirmar diretamente com seu banco.

Em casos suspeitos, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência imediatamente.

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