Ex-presidente do Uruguai José Mujica renúncia ao Senado

Nesta terça-feira, o ex-presidente uruguaio José Mujica renunciou do cargo no Senado. Ele se aposentou definitivamente da política, cumprindo o anúncio realizado em setembro de 2020. A pandemia adiantou a decisão do ex-presidente de 85 anos, devido a sua doença imunológica.

“Esta situação obriga-me, com grande pesar pela minha profunda vocação política, a pedir a renúncia à bancada que me foi concedida pela cidadania”, escreveu Mujica em carta lida nesta terça em sessão extraordinária do Senado. “A pandemia me expulsou”, completou.

Mujica foi aplaudido de pé durante agradecimento aos seus colegas e aos funcionários da Casa. De acordo com o ex-presidente, sua não “significa o abandono da política, mas sim o abandono da linha de frente”.

“No meu jardim, há décadas não cultivo o ódio. Aprendi uma dura lição que a vida me impôs. O ódio acaba deixando as pessoas estúpidas”, disse o ex-presidente, que ficou preso por 13 anos durante a ditadura militar. “Passei por tudo nessa vida, fiquei seis meses atado por um arame, com as mãos nas costas, fiquei dois anos sem ser levado para tomar banho e tive que me banhar com um copo. Já passei por tudo, mas não tenho ódio de ninguém e quero dizer aos jovens que triunfar na vida não é ganhar, mas sim se levantar toda vez que cair”, acrescentou em discurso.

Enquanto votava as eleições locais no Uruguai, em setembro, Mujica antecipou sua decisão. “A política me encanta e não queria ir embora, mas a vida me encanta mais. E como estou para sair, trato de esticar os minutos que restam”, declarou.

Foto:Pablo Porciuncula / AFP

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Pobreza na Argentina caiu para menos de 40%, aponta governo

Pobreza na Argentina: Desafios e Dados

O índice de pobreza na Argentina caiu para 38,9% no terceiro trimestre deste ano, enquanto a pobreza extrema, ou indigência, recuou para 8,6%, conforme estimativa do Conselho Nacional de Coordenação de Políticas Sociais (CNCPS), divulgado nesta quinta-feira, 19. A medição oficial do Indec, que ocorre semestralmente, havia apontado 52,9% de pobreza na primeira metade do ano.

O governo atribui essa redução às políticas econômicas implementadas para controlar a inflação e estabilizar a economia, além de um foco maior nas transferências de recursos diretamente para os setores mais vulneráveis, sem a intermediação de terceiros. No início da gestão de Javier Milei, metade dos recursos destinados à população em situação de vulnerabilidade era distribuída por meio de intermediários.

Embora os números absolutos variem, especialistas concordam que os indicadores de pobreza estão em declínio. Martín Rozada, da Universidade Torcuato Di Tella, calculou que, se a tendência continuar, a taxa de pobreza pode se situar em torno de 40% até o final do ano, com a indigência em cerca de 11%.

Agustín Salvia, do Observatório da Dívida Social da UCA, apontou que a redução da pobreza foi impulsionada pela desaceleração dos preços e pelo aumento do poder de compra da renda laboral das classes médias, com a indigência caindo de 10% para 8,5% entre 2023 e 2024.

Leopoldo Tornarolli, da Universidade de La Plata, também previu que a pobreza em 2024 pode terminar abaixo dos níveis de 2023, devido à queda expressiva no primeiro semestre do ano.

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