STF pede explicação a Bolsonaro sobre queixa de calúnia apresentada por Flávio Dino

O ministro Supremo Tribunal Federal (STF)  Marco Aurélio Mello pediu esclarecimentos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação a  uma queixa apresentada à Corte pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). A decisão foi assinada em 26 de outubro e publicada ontem, 03. 

A ação afirma que Bolsonaro teria cometido calúnia ao afirmar, durante entrevista para uma rádio , que não compareceu a evento evangélico em Balsas (MA) porque o governo estadual se recusou a disponibilizar efetivo da Polícia Militar para garantir a comitiva presidencial segurança.

O ministro Marco Aurélio notifica o presidente, em despacho, para que “preste esclarecimentos sobre as declarações e comprove o não acolhimento do pedido de disponibilização da Polícia Militar do estado do Maranhão para viabilizar o comparecimento ao evento”. O ministro deu prazo de 15 dias para que Bolsonaro se manifeste.

Na ação, o governo do Maranhão disse que não houve pedido do governo federal de apoio para a segurança presidencial em Balsas. Acrescentando que não havia nem mesmo evento marcado naquela cidade.

“Ou seja, não havia evento marcado, não havia pessoas esperando, não houve pedido de apoio do GSI [Gabinete de Segurança Institucional] para o Governo do Maranhão, muito menos negativa por parte do governador Flávio Dino de auxiliar com as forças policiais estaduais a segurança presidencial”, disse o governo maranhense na ação.

Foto: Reprodução

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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