Em Goiânia a cada cinco dias uma mulher morre vítima de violência

Em entrevista ao jornal Diário do Estado, a diretora de execução política para mulheres da Secretária da Mulher de Goiânia, Sandy Coelho, apresentou o novo disque denúncia da Capital, o número 61 99656-5008.

“Ele é um projeto do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, é um projeto nacional e aberto a todas as Secretarias, a todo público. Nós da Secretária da Mulher temos o dever de divulgar em Goiânia esta nova plataformas. Devemos orientar, dar a devida importância que é essa nova ferramenta. Ela vem para complementar o Disque 180 e 100. Nós vamos ter três ferramentas de denúncia. Só que ela vem de uma forma mais prática, mais acessível. O uso do WhatsApp é nacional, e toda população pode fazer as denúncias. É um número muito importante, que todos nós, homens e mulheres, devemos ter na nossa agenda, porque diante de uma situação de violência precisamos denunciar, cuidar. O número é 61 99656-50098. Você manda um bom dia, um oi e automaticamente vem uma mensagem para você responder e em dois três minutos vem uma pessoa da equipe que vai direcionar você”, informa.

A diretora acrescenta que outra importância dessa ferramenta é a facilidade para denunciar. “Ela pode mandar vídeos, fotos e o Centro Especializado vai fazer a apuração e ele já vai encaminhar diretamente as delegacias, Conselhos Tutelares e Ministério Público se for o caso”, relata. Sandy Coelho acrescenta que os canais de denúncia 180 e o Disque 100 ele tem 12 mil atendimentos por dia em todo país. “Essa plataforma, aplicativo vai poder fazer também uma referência para começarmos a entender as estatísticas, pois ficará tudo guarda em um sistema elaborado. Vamos ter estatísticas por estados e cidades, é uma ferramenta para colher informações e poder pensar em políticas públicas. Também poderemos saber quais são os tipos de violência”, relata.

A especialista reforça que violência doméstica não é apenas violência física ou sexual. “Grande número de mulheres sofrem violência psicológica e moral. Esse tipo de violência são tão sérios, tão danoso quanto a própria violência física. Quando fazemos o atendimento, essas mulheres estão em condição de vulnerabilidade tão grande que ela precisa de alguma forma se libertar dessa situação. Geralmente as vítimas de violência psicológica possuem grande dependência do agressor, ai é um papel fundamental a parte do atendimento psicológico, dessa orientação. Pegar essa mulher e cuidá-la. Em Goiânia estamos bem preparados para isso. O primeiro seria o Centro de Atendimento a Mulher, que seria esse primeiro atendimento, a porta de entrada da Secretaria e lá ela será encaminhada para o atendimento específico”, destaca.

Sandy Coelho acrescenta que outro projeto é a casa abrigo sempre viva. “É um local mantido em sigilo, onde passam por todo um protocolo realizado pela Delegacia da Mulher, onde elas ficam até onde ela consiga se organizar. As meninas ter permissão para ficar com as mães e os meninos até os doze anos. A casa é equipada com atendimento psicológico, é um lugar para modificar a vida destas mulheres”, afirma

Questionada sobre um auxílio para as vítimas de relacionamento abusivo identificarem esse tipo de situação, a diretora afirma ser uma orientação importante. “Esse trabalho preventivo, de orientar, dar informações, ela abre os olhos e isso é importante. Para isso temos equipe de psicólogas bem preparadas, que possuem muito cuidado com essas meninas, essas mulheres. Uma coisa importante, são os cursos que oferecemos dentro da Secretaria, são quase mil vagas em Parceria com o Senai, cursos até de 300 horas, para que essa mulher tenha independência financeira e seja livre”, descreve.

“Em março deste ano, a secretaria da saúde em parceria com a Universidade Federal de Goiás fizeram um levantamento das mulheres violentadas e mortas. Em Goiânia a cada cinco dias uma mulher morre vítima de violência. É um número muito alto. De 2009 até 2019, em 10 anos houve 696 mulheres assassinadas vítimas de violência. Destas violências 70% foram em casa e 73% foram em crianças, praticadas pelos seus familiares. Quando falamos da proteção, desse canal, eles não são só para mulheres em situação de violência, mas de idosos, crianças, pessoas em situação de vulnerabilidade. De 2011 até 2017, em Goiânia houve 1 milhão de vítimas de violência doméstica, esses dados estão registrados nas delegacias”, informa.

Em relação ao caso da digital influencer da Mari Ferrer, estuprada em empresário André Aranha em 2018 no empresário André Aranha, a diretora apresentou que: “Ela não se calou, ela teve um apoio unânime da sociedade, tanto feminina quanto masculina. Eu acredito que essa velha cultura vai cair por terra. As informações estão aí, as pessoas sabem o que é certo e o que é errado. A sociedade está evoluindo”, finaliza.

Assista entrevista completa:

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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