Polícia investiga fraudes em contratos de empresas, em Goiás

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 19, a segunda fase da Operação Orange Black. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão. A operação tem como alvo empresários e contadores que atuam em Goiânia e em Goianésia.

As investigações apontam que a associação criminosa estava fraudando contratos sociais de empresas, falsificando assinaturas dos proprietários e utilizando o nome de “laranjas”. O objetivo do grupo, segundo as apurações, era utilizar o CNPJ das empresas para transporte de cargas sem recolhimento dos impostos.

Mais de 30 empresas foram vítimas do grupo e tiveram seus contratos sociais fraudados e a propriedade transferida para laranjas. Todos os laranjas eram jovens, entre 18 e 25 anos, e membros de uma torcida organizada de clube de futebol de Goiânia.

Nessa nova fase da operação, o foco são empresários de Goianésia e um contador de Goiânia, que também participavam do esquema criminoso. Foram apreendidos documentos, computadores e telefones celulares.

Segundo a Secretaria da Economia, que auxilia nas investigações, já se tem conhecimento de R$ 2 milhões de reais em impostos sonegados pelo grupo. Os investigados responderão por crime tributário, crime contra a fé pública e associação criminosa.

Além disso, os suspeitos terão de arcar com o pagamento dos tributos sonegados acrescidos de multa. Na primeira fase da Operação Orange Black, em novembro de 2019, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão.

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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