Promotor do MP de Goiás é suspenso por compartilhar publicação sobre “tiro na cara” de Gilmar Mendes
Uma suspensão de 30 dias foi aplicada ao promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás, Fernando Krebs, por replicar, em 2019, uma mensagem no Twitter contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. A decisão partiu do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
A publicação, repostada pelo promotor, fazia referência a uma entrevista em que o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ter cogitado matar Mendes “com um tiro na cara”. O autor do post afirmou que “quem somos nós para julgar Janot? O homem chegou mais perto de fazer a vontade do povo do que qualquer um”.
De acordo com a decisão, a manifestação foi de apologia criminosa, discurso de ódio e incitação à violência. Fernando Krebs afirmou que vai recorrer da decisão.
STF mantém acordo de delação premiada de Mauro Cid
Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a validade do acordo de delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal (PF) na oitiva realizada na terça-feira, 19.
O depoimento foi enviado pelo ministro de volta à PF para complementação das investigações.
Em entrevista após o depoimento, a defesa de Cid disse que os benefícios da delação foram mantidos e ele prestou os esclarecimentos solicitados.
A oitiva foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pela homologação da delação premiada do militar. O conteúdo do depoimento não foi divulgado.
Contradições
Na terça-feira (19), Mauro Cid negou em depoimento à PF ter conhecimento do plano golpista para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e Moraes.
Contudo, de acordo com as investigações da Operação Contragolpe, deflagrada no mesmo dia, uma das reuniões da trama golpista foi realizada na casa do general Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e teve a participação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
No ano passado, Cid assinou acordo de delação premiada com a PF e se comprometeu a revelar os fatos que tomou conhecimento durante o governo de Bolsonaro, como o caso das vendas de jóias sauditas e da fraude nos cartões de vacina do ex-presidente.
Mauro Cid é um dos 37 indiciados pela PF no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.