UFG identifica etanol não declarado em xaropes infantis

Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) analisou a composição de diversos xaropes infantis que circulam no mercado brasileiro para tratar doenças broncopulmonares e constatou algo alarmante: em sete das dez marcas analisadas havia a presença de etanol não declarado. Em uma delas, o teor da substância encontrado caracteriza bebida alcoólica. Os xaropes pesquisados não necessitam de receita médica para serem comprados quando administrados em crianças acima de dois anos.

Segundo o professor do Instituto de Química da UFG, Luiz Keng, coordenador da pesquisa, a legislação brasileira define que para ser considerada não alcoólica, uma bebida deve ter menos de meio por cento em volume de etanol. No entanto, em uma das marcas estudadas foi detectado o valor de 1,8% dessa substância. “Nós refizemos as análises com outros dois lotes do produto, já que a diferença havia sido significativa. Mesmo assim, o valor persistiu”, afirma.

Problemas no rótulo

Além de detectar a presença de etanol nos produtos, o estudo analisou se a quantidade do princípio ativo presente nas amostras correspondia ao valor declarado no rótulo. O componente comum a todas as dez marcas de xarope infantil analisadas é o cloridrato de ambroxol. Assim, ao considerar o desvio padrão das medidas, a pesquisa identificou que apenas quatro marcas de xarope apresentavam a quantidade de princípio ativo de acordo com o referido na bula. As outras seis marcas declaravam uma quantidade superior à encontrada. A marca que apresentou a menor quantidade de cloridrato de ambroxol contém cerca de 39% do valor total declarado.

Os dados do estudo ficam ainda mais preocupantes ao considerar que crianças na faixa etária de dois anos possuem os sistemas hepático e nervoso em acentuado desenvolvimento e formação. “Em geral, temos uma escassez de estudos relacionados à qualidade de fármacos no Brasil de maneira preventiva. Muitas pesquisas ocorrem apenas em casos de problemas já reportados”, explica Luiz Keng. Segundo ele, por exemplo, não existe nenhuma recomendação na farmacopeia brasileira para avaliação de produtos com ambroxol.

Metodologia

Para chegar aos resultados, o material analisado foi misturado com solvente e colocado em um equipamento, cujo campo magnético é cerca de trezentas mil vezes maior do que o da Terra. Assim, identificaram os componentes presentes na amostra e a quantidade de cada um deles. As análises foram realizadas imediatamente após a abertura do material, que foi pouco manipulado, reduzindo assim probabilidade de erro nos resultados.

*Com informações da Ascom UFG

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Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

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