Ministério Público dá prazo à prefeitura de Caldas Novas para cumprir recomendação sobre volta às aulas

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Caldas Novas, requisitou da Secretaria Municipal de Educação que informe, no prazo de dez dias, como foram ou serão repostos os dias letivos em que não houve aulas na rede municipal de ensino em 2020, devido a pandemia da Covid-19. Conforme o promotor de Justiça Vinícius de Castro Borges, o MP-GO já tinha expedido em julho de 2020  uma recomendação ao município sobre o retorno às aulas, quando possível fosse em um estudo sanitário.

No ofício, foi solicitado que seja encaminhado calendário do ano letivo de 2021, seguindo a carga horária exigida pela legislação e pelo Ministério da Educação (MEC), informando como será realizada a avaliação diagnóstica dos níveis de conhecimento e desenvolvimento dos alunos, objetivando a retomada da aprendizagem. Além disso, pediu que seja elaborado planejamento das ações suplementares para os períodos de reforço pedagógico, como alimentação, transporte e material didático.

Ainda conforme o promotor, a recomendação de julho apontava diversos pontos a serem atendidos pelo município, como a realização de estudo sanitário conforme evidências técnico-científicas e dados socioeconômicos, geográficos e culturais, fundamentando a possibilidade de reabertura de escolas e retorno das aulas presenciais. Segundo Vinícius de Castro Borges, o estudo deve observar a análise de risco feita com base nos dados dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde, Secretarias Estadual de Saúde Estadual e Municipal e orientações internacionais. 

“É relevante pontuar que o município pode expedir decretos que restrinjam atividades em seus limites territoriais, porém, a legislação federal exige sempre estudo sanitário embasado em evidências científicas e análises com informações estratégicas em saúde, com delimitação no tempo, espaço e com o mínimo indispensável de restrições visando à promoção da saúde pública e prevenção do contágio da Covid-19, conforme o artigo 3º, parágrafo 1º da Lei Federal 13.979/2020”, declarou Vinícius de Castro Borges.

Informações pendentes

O promotor de justiça informou também que o estudo sanitário já havia sido requisitado em outro expediente em 20 de novembro de 2020. Foram feitas  reuniões com os secretários municipais de Saúde e de Educação, Ângelo Silva e Keila Paula, e com o prefeito municipal, Kleber Marra, este último em 11 de janeiro de 2021. Em todos os encontros foi reforçado a necessidade de fazer estudo sanitário.

Com a notícia da retomada das aulas escolares, foi realizada uma reunião com a secretária de Educação, em 14 de janeiro de 2021, que informou que o estudo sanitário não foi elaborado. Sendo dito que as as aulas retornariam de forma híbrida, sem estudo sanitário que demonstre a segurança da medida e sem decreto municipal que trate sobre o tema

Foi reforçado que os estabelecimentos educacionais devem solicitar alvará Covid, seguindo protocolo geral de retorno de atividades, de acordo com estudo sanitário e decreto municipal.

O promotor de Justiça acrescentou que ainda que não liberou ou restringiu qualquer atividade no município, “sendo tal deliberação de natureza administrativa do prefeito, devendo ser pautada pela ciência”. De acordo com ele, é preciso que o estudo sanitário analise e quantifique os benefícios que as restrições anteriores trouxeram na propagação da Covid-19.

O estudo sanitário deverá apontar quais fatores levaram ao aumento ou diminuição dos casos de Covid-19 em Caldas Novas e quais medidas devem ser tomadas para diminuição dos casos.

O prefeito foi advertido por meio de ofício encaminhado que caso não seja atendida a recomendação, será proposta ação civil pública

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Goiás tem quatro cidades entre as de maior fluxo turístico do Brasil

Levantamento divulgado pelo Ministério do Turismo (MTur), na quarta-feira, 18, mostrou que Goiás figura com quatro municípios (Caldas Novas, Rio Quente, Goiânia e Pirenópolis) na principal categoria do ranking que mede o fluxo turístico e os empregos gerados pelo setor, em todo o Brasil.

Os destinos turísticos goianos, inclusive, dividem espaço na categoria A com outros locais consagrados no cenário nacional, como Campos do Jordão (SP), Porto Seguro (BA) e Gramado (RS).

Mapa do Turismo

A cidade de Pirenópolis voltou a integrar a categoria A do levantamento, feito com base em todos os municípios brasileiros que integram o Mapa do Turismo. Atualmente, Goiás possui 91 municípios cadastrados formalmente no Mapa do Turismo.

Desse total, 40,7% estão distribuídos nas principais categorias, sendo: 4,4% na categoria A; 16,5% na B; 19,8% na C; e 59,3% na categoria D.

“Temos um grande desafio pela frente, que é o de formalizar os profissionais que lidam diretamente com o turismo e que fazem com que pouco mais da metade dos nossos destinos figurem na categoria D. Mesmo assim, temos que celebrar os avanços conquistados pelos demais municípios, que estão galgando melhorias neste quesito e estão ampliando a participação da receita local com o turismo. Ver Pirenópolis alcançado a principal categoria é motivo de muita alegria”, declara o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral.

Os índices de fluxo de turistas e de empregos formais gerados utilizados no mapeamento do Ministério do Turismo foram levantados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e correspondem ao período de 2021.

Com base neste levantamento, os quatro municípios goianos que integram a principal categoria disponibilizavam na época 276 estabelecimentos de hospedagem (hotéis e pousadas), que geraram mais de 6 mil empregos diretos e contribuíram com os cofres públicos ao arrecadarem mais de R$11 milhões em impostos.

“Estamos diante de dados econômicos e de formalidade do setor que refletem o ano de 2021, ou seja, ainda dentro da pandemia. Nossa expectativa é que esse cenário seja redesenhado nos próximos levantamentos do Ministério do Turismo, pois vamos retratar um novo cenário, pós-pandêmico, onde o turismo goiano tem avançado a passos largos, acumulando recordes na formalização dos profissionais do setor, e de fluxo de turistas nos nossos destinos”, avalia o presidente da Goiás Turismo.

Um dado relevante da pesquisa é que Rio Quente, com apenas três estabelecimentos hoteleiros registrados foi responsável por arrecadar sozinha R$ 5,1 milhões em tributos e gerar quase dois mil empregos formais.

“Uma cidade que, em 2022, registrava quase 4 mil habitantes, ter quase 50% dos empregos destinados ao turismo é muito relevante. Juntamente com Caldas Novas, formam a região das Águas Quentes, um dos principais destinos turísticos do Brasil”, avalia Fabrício Amaral.

Em âmbito nacional, a pesquisa mostrou que houve um aumento de 151% no número dos municípios que passaram a integrar a categoria A do Mapa do Turismo Brasileiro, mostrando que em todo o país têm sido registrados avanços no setor.

O mapeamento permite ao poder público identificar pontos que merecem mais atenção para a promoção de políticas públicas, e entender melhor sobre o impacto econômico do segmento turístico em todo o Brasil, principalmente regionalmente.

Formalização do setor turístico em Goiás

Em novembro deste ano, Goiás bateu o recorde de adesão de profissionais no Cadastur, atingindo a marca de 8.200 registros e passando a liderar o ranking de cadastros no Centro-Oeste Brasileiro. O número de prestadores de serviços turísticos que atuam de forma legal no estado passou de 1,280 em 2019 para 8.200 em 2024.

O documento que comprova a legalidade de profissionais e empresas turísticas, garante segurança ao viajante e vantagens aos trabalhadores da área.

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