Menino libertado pela polícia estava há um mês amarrado dentro de tambor

Neste sábado, 30 de janeiro, o Brasil se comoveu com o estado de maus tratos em que vivia um garoto de 11 anos, em Campinas, São Paulo. Com pés e mãos acorrentadas dentro de um latão, o menino foi liberto pela Polícia Militar, que teve que romper as correntes com ferramentas especializadas.

Nas imagens, a criança, que está nua, aparece visivelmente desnutrida e magra. No entanto, os pés do garoto estavam em estado de inchaço, de tanto estar de pé. Segundo os agentes que o resgataram, ele mal conseguia se mexer quando foi solto das correntes e tirado do tambor.

A PM constatou que ele não comia há quatro dias, e que a última refeição havia sido cascas de banana e fubá cru. O delegado do caso, Daniel Vida, declarou que o menino estava no local, na mesma posição, há cerca de um mês. “Desde o começo de janeiro ele estava preso no tambor. Ele teria que ficar em pé nessa amarração”, contou.

O garoto mora com o pai, a namorada do pai e a filha da namorada. Todos estão presos sob custódia da polícia. Na delegacia, o pai contou que fez isso para “educar” o filho. Além das correntes, o tambor em que estava a criança era cercado com paredes de tijolos construídas na altura suficiente para abrigar o menor. Lá dentro, ele mal podia se mexer ou ver o lado de fora.

O Conselho Tutelar confirmou que já acompanhava denúncias de maus tratos anteriores sobre a família. Em vídeo do momento da chegada da polícia, vizinhos são flagrados chorando pela situação do garoto. O menino segue internado.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp