PF investiga tráfico de drogas em aviões da FAB

Na manhã desta terça-feira, 2, a Polícia Federal deflagrou, no Distrito Federal, a operação Quinta Coluna, para investigar uma associação criminosa que usou aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para traficar drogas para a Espanha. As investigações também apuram um esquema de lavagem de dinheiro.

Ao todo, estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados que restringem a comunicação dos investigados. Os alvos também foram impedidos de deixar o Distrito Federal, por determinação judicial.

Durante a operação, os agentes apreenderam drogas na casa de um dos suspeitos, que não teve a identidade revelada. A Justiça Federal de Brasília ainda determinou o sequestro de imóveis e de veículos dos suspeitos de integrar o esquema criminoso.

Segundo a PF, as investigações demonstram que, além do sargento brasileiro Manoel Silva Rodrigues, flagrado com 37 kg de cocaína em um avião da comitiva presidencial em junho de 2019, na Espanha, outros suspeitos se associaram ao militar, “de forma estável e permanente, para a prática do crime de tráfico ilícito de drogas”.

Em relação à lavagem de dinheiro, as investigações apontam “diversas estratégias do grupo criminoso” para ocultar os bens obtidos por meio do tráfico de drogas, “especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie”, explicou a PF.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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