Justiça considera irregular a doação de área pública para igreja, em Firminópolis

A Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás acolheu o recurso de apelação feito pelo Ministério Público do estado, para julgar procedente a abertura de ação civil pública que anula a doação de uma área pública municipal de Firminópolis à igreja Videira.

A ação de 2018, proposta pelo promotor Ricardo Lemos Guerra, aponta que a doação foi irregular, pela Lei Municipal nº 1.538/2018. A entidade possuía como responsável o pastor Sérgio Paulo de Morais Cambui, que também é réu na ação.

Para o promotor, a doação de bem público deve atingir uma finalidade pública, o que não seria o caso, que teria beneficiado apenas um grupo. Ele embasa seus argumentos no artigo 19 da Constituição Federal, bem como no artigo 66 da Constituição Estadual e na Lei Orgânica do Município de Firminópolis.

No entanto, o pedido do promotor foi julgado improcedente, e ele interpôs recurso, que agora foi acolhido pelo Tribunal de Justiça de Goiás, sob atuação da procuradora Eliane Ferreira Fávaro. De acordo com a Assessoria de Comunicação do Ministério Público de Goiás, isto significa que a decisão da Justiça confirma a irregularidade na doação.

O DE também questionou se com esta decisão a igreja Videira deve devolver o terreno para a prefeitura de Firminópolis, e a assessoria lembrou que ainda cabem diversos recursos em instâncias superiores da jurisdição.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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