Estudo aponta que outros tipos de coronavírus podem estar circulando em morcegos na Ásia 

Um estudo publicado nesta terça-feira, 9, no periódico científico Nature Communications, aponta que tipos de coronavírus parecidos ao responsável pela pandemia atual podem estar circulando na Ásia por meio de morcegos. De acordo com a pesquisa, um vírus que é quase igual ao SARS-CoV-2, o causador da Covid-19, foi encontrado em morcegos em um santuário de vida selvagem no leste da Tailândia. 

A descoberta recente estende em 4.800 km a área de provável origem da pandemia. No artigo, os pesquisadores admitem que o local analisado (regiões da Tailândia) e o tamanho da amostra eram limitados. Mesmo assim, eles se mostram confiantes de que coronavírus “com alto grau de relação genética com Sars-CoV-2 estão amplamente presentes em morcegos de muitos países e regiões da Ásia”. 

O mesmo SARS-CoV-2 também parece estar intimamente relacionado a outro coronavírus, chamado de RmYN02. Ele foi encontrado em morcegos em Yunnan, na China, e mostra 93,6% de similaridade no genoma em comparação com o causador da Covid-19. 

Pesquisadores de Tailândia, Singapura, China, Austrália e Estados Unidos também analisaram anticorpos em morcegos e em um pangolim no sul da Tailândia. A análise mostra que os anticorpos encontrados nesses animais foram capazes de neutralizar o vírus responsável pela pandemia atual. Essa é mais uma evidência de que tipos parecidos de coronavírus estão em circulação no Sudeste Asiático. 

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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