A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos, deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 24, a Operação Guga Cytotec, em que três mandados de busca e apreensão foram expedidos judicialmente em decorrência da investigação que apura a venda do medicamento abortivo Cytotec pela internet, cujo princípio ativo é o misoprotol.
A investigação se iniciou após o recebimento de denúncia apresentada na Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Um homem de 29 anos, morador de Goiânia e técnico em enfermagem, que trabalha na farmácia da UTI de um grande hospital da capital, seria o administrador de um grupo de WhatsApp chamado “GUGA CYTOTEC”, por meio do qual comercializava a venda da medicação abortiva.
As buscas de hoje foram realizadas no local de trabalho dele, em Goiânia, bem como em sua residência e na casa de sua namorada, que também é técnica em enfermagem e trabalha em outro hospital de Goiânia. Os policias civis apreenderam, na casa do investigado, R$ 6.900,00 em espécie, um celular Iphone, cartões bancários e pen-drives.
Para a Polícia Civil, os valores apreendidos reforçam a suspeita de que o investigado possuía rendimento incompatível com sua ocupação formal. Durante a investigação, os policiais da DERCC verificaram que, na descrição do grupo de conversas, assim como nas mensagens enviadas aos interessados em adquirir a medicação, o investigado sempre ressaltava que o produto era original e que não se responsabilizava por medicamentos falsificados que pudessem ser comercializados no grupo.
O técnico de enfermagem também solicitava que as mulheres que tivessem adquirido a medicação enviassem mensagens para atestarem a eficácia e se resultou em aborto. Ele será indiciado pelo crime de venda e exposição à venda de produtos destinados a fins medicinais, de procedência ignorada. Este delito prevê pena de até 15 anos de reclusão.