Saneago deve devolver valores cobrados indevidamente por hidrômetros   

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) acionou à 7ª Vara Cível de Goiânia a execução da sentença que proíbe que a Saneamento de Goiás (Saneago) cobre dos usuários pelos hidrômetros e os serviços de instalação, manutenção e conservação do equipamento. A decisão, proferida em 2019, foi confirma Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e obriga a Saneago a restituir os valores cobrados pela instalação do hidrômetro, seja na fatura ou adquiridos pelos consumidores no mercado, desde 2004 até  a data da publicação da sentença, sendo acrescentado multa e juros. A sentença já transitou em julgamento, então não cabe mais recursos.

A execução da sentença foi pedida pela titular da 12ª Promotoria de Justiça de Goiânia, a promotora de Justiça Maria Cristina de Miranda, atual responsável pela ação que condenou a Saneago. A medida adotada pelo MP-GO objetiva garantir que a estatal devolva automaticamente para os consumidores o valor pago, evitando que sejam protocoladas centenas de execuções individuais idênticas. 

Sendo assim, o MP-GO requereu ao juízo que determine à Saneago que junte aos autos, assim como a listagem de todas cobranças feitas a título de instalação, manutenção, conservação e aquisição do hidrômetro a partir da data da sentença, 28 de fevereiro de 2019. Também foi pedido que seja determinado à empresa que tome a iniciativa devolver todas as cobranças indevidas feitas desde 13 de outubro de 2004 nas contas dos consumidores, com valores corrigidos pelo INPC a contar do pagamento, assim como acrescidos de juros legais de 1% ao mês desde a citação.

A devolução deve ser realizada na própria fatura da unidade consumidora, se estiver registrada sob o mesmo CPF desde a cobrança. Se tivesse sido trocado a titularidade da unidade consumidora, o MP-GO quer que a Saneago comprove a devolução diretamente ao consumidor que efetuou seu pagamento e seus sucessores.

Outro pedido é para que a Saneago comprove a divulgação nos meios de comunicação que será realizada a restituição dos valores cobrados indevidamente desde 13 de outubro de 2004, assim como seja anulada  cláusula 4.3 (ou 4.4) do contrato de prestação de serviço firmado que impõem que os consumidores paguem o hidrômetro.

Ainda foi cobrado que a empresa de saneamento pague por danos morais coletivos, com o depósito da quantia atualizada. O valor da sentença 2019 foi de R$ 5 milhões, valor a ser destinado ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. No entanto, a própria decisão prevê que incidirá correção monetária e juros de 1% ao mês sobre esse valor.

Confira o vídeo da promotora de Justiça Maria Cristina de Miranda falando sobre a sentença: 

Foto: Reprodução

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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