Ministério Público de Goiás oferece denúncia criminal contra ex-prefeito de Luziânia por 76 nomeações irregulares

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Luziânia, ajuizou ação civil pública (ACP) por improbidade administrativa, oferecendo denúncia contra o ex-prefeito Cristóvão Vaz Tormin, devido a 76 nomeações irregulares para cargos comissionados na prefeitura

O MP-GO requer, na ACP, liminarmente, a indisponibilidade de bens do ex-prefeito no valor de R$ 2,7 milhões e pagamento de danos morais coletivos no valor de R$ 100 mil, assim como a ação penal pede a condenação ao pagamento de danos morais coletivos. Conforme a ação, foram instaurados inquéritos civis para investigar sobre as contratações e nomeações “ilegais, fraudulentas e imorais” destas pessoas para ocuparem cargo ou função de assessor executivo em seu gabinete, porém que nunca exerceram suas funções. Assim como, entre março de 2013 e julho de 2019, suas duas administrações, não foram editadas lei e ato normativo relacionado às nomeações.

Foi apurada a existência de uma diferença salarial considerável entre os servidores, mesmo sendo nomeados para o mesmo cargo e no mesmo local. Alguns recebiam pouco mais de R$ 1 mil, enquanto outros acima de R$ 10 mil, conforme a Promotoria de Justiça.

Para o MP-GO, o ex-prefeito criou cargos inconstitucionais e destinou uma parte dos servidores para exercerem funções diversas daquelas para as quais foram nomeados, caracterizando desvios de função. Reforçando que o desvio de função dos servidores públicos configura ato de improbidade, por violar desvio de finalidade, prática tipificada no artigo 11, caput e inciso I, da Lei nº 8.429/1992.

Conforme a ACP, Cristóvão Vaz Tormin agiu dolosamente, ferindo “os princípios que regem a administração pública, notadamente a impessoalidade, moralidade, legalidade e isonomia.”

“O administrador deve agir de acordo com o que estiver expresso em lei, devendo designar cada servidor para exercer as atividades que correspondam àquelas legalmente previstas, ou seja, oriundas do cargo para o qual fora nomeado”, afirma a Promotoria de Justiça.

Foto: Reprodução

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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