Sorridente, Bolsonaro apresenta projeto de privatização dos Correios no Congresso Nacional

Na noite desta quarta-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro foi pessoalmente até o Congresso Nacional para apresentar um novo Projeto de Lei que, segundo ele, “acaba com o monopólio dos Correios nos serviços postais e viabiliza a sua privatização“.

Na entrega simbólica, Arthur Lira (PP), aliado de Bolsonaro e presidente da Câmara, recebeu o projeto na presença de Fábio Faria, ministro das Comunicações, e Paulo Guedes, ministro da Economia. No local, Bolsonaro não deu declarações, mas depois falou sobre o momento em suas redes sociais.

Luciano Hang, empresário dono da Havan, escreveu nos comentários da publicação: “Foi para isso que votamos no senhor. Enxugar o estado brasileiro, tirá-lo do cangote do cidadão, liberdade econômica, privatizações, reformas, desburocratizações, reformas administrativa e tributária. Enfim, deixar o povo trabalhar. Durante décadas assaltaram o brasileiro agora é a nossa vez. O Brasil tem tudo para ser uma grande nação e só depende de nós”.

De acordo com o projeto, a desestatização dos Correios pode acontecer por venda direta, venda do controle majoritário ou de apenas de parte da empresa postal. Há também o estabelecimento de metas para a qualidade do serviço oferecido, colocando a Anatel como reguladora.

A Associação dos Profissionais dos Correios, por meio de nota, chamou a ação de Bolsonaro de “um erro […] para tentar salvar a reputação do governo”. O ato presidencial vem num contexto da sanção da lei pela autonomia do Banco Central, e da troca do diretor da Petrobrás, ambas decisões econômicas de Bolsonaro.

Por conta da ação na Petrobrás, Bolsonaro foi acusado de estar interferindo na empresa estatal, o que feriria a agenda liberal prometida em campanha. Então, o presidente publicou um vídeo tentando se explicar:

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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