Ministério Público de Goiás ajuíza ação contra prefeito de Goiatuba por desvio de função de ex-funcionário

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ajuizou ação civil pública (ACP) por ato de improbidade administrativa contra o prefeito de Goiatuba, José Alves Vieira e do ex-servidor comissionado Maique Taisson Cassiano Silva. O promotor de Justiça Rômulo Corrêa de Paula aponta, na ACP, que o ex-servidor ocupou o cargo comissionado de chefe do Departamento de Tributação da Secretaria Municipal de Finanças, de 2 de maio de 2017 a 20 de novembro de 2020, porém realização suas funções no almoxarifado da prefeitura, situado na Secretaria de Obras.

O promotor de Justiça explicou que o prefeito sabia sobre desvio de função de Maique Taisson, prova disso é que foi exonerado quatro dias após a vistoria da oficial de promotoria ao almoxarifado, para verificar a presença dele naquele local. Em depoimento, o ex-servidor disse que possui apenas ensino médio, e que, mesmo ocupando o cargo de chefe do Departamento de Fiscalização, sua função era de receber mercadorias, conferi-las e distribuí-las para os outros departamentos.

Correa de Paula alegou que essa conduta do prefeito violou os princípios norteadores da administração pública,  legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e do concurso público. De acordo com o promotor de Justiça a contratação de Maique Taisson teve o objetivo de apadrinhar um de seus apoiadores políticos, ferindo o princípio da impessoalidade. No local onde ele trabalhou, suas funções deveriam ter sido desempenhadas por um servidor público efetivo, por meio de concurso. O MP-GO pediu ao prefeito cópias da lei que instituiu o cargo de chefe do Departamento de Tributação e da que fixou as atribuições do cargo, porém não teve resposta.

O MP-GO requer , na ACP, a condenação do prefeito José Alves Vieira com base na Lei da Improbidade Administrativa (Lei nº 8.492/92), com perda do cargo que exerce, assim como suspensão dos direitos políticos, de três a cinco anos, pagamento de multa civil de cem vezes o valor da remuneração recebida pelos dois réus, proibição de contratar com o poder público e de dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por meio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Também foi solicitado que ele seja condenado ao pagamento de danos morais coletivos, no valor de R$ 100 mil.

Foto: Reprodução

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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