Bolsonaro: “Ricardo Salles só sai do governo se for elogiado pela Globo ou pela Folha”
Na tarde desta quinta-feira, 04, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, esteve na cidade de São Simão, em Goiás, para a inauguração de mais um trecho da Ferrovia Norte-Sul. Em discurso aos presentes, o político sem partido falou sobre vacinas, criticou os lockdowns pelo país e quando o assunto chegou nas reservas indígenas, elogiou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Levo porrada do mundo todo como aquele que não dá bola para a questão ambiental. Temos um excelente ministro do meio ambiente, o Ricardo Salles. E eu digo para ele: ‘Você só sai do meu governo se você for elogiado pela Globo ou pela Folha (de São Paulo)”, declarou, sob aplausos.
“Que imprensa é esta nossa, que virou um ‘partideco’ de esquerda?“, reclamou ainda Bolsonaro. Com ele, alguns membros do governo estavam presentes em Goiás, como o ministro da infraestrutura, Tarcísio Freitas, o general Heleno e Onyx Lorenzoni. Já o governador Ronaldo Caiado cancelou sua agenda do dia por apresentar estado febril.
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.
Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.