Governo de Goiás vacina comunidades Kalunga contra a Covid-19

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), começou no sábado, 6, a imunização das comunidades Kalunga da região nordeste do estado, considerado o maior quilombo remanescente do Brasil. No sábado, foram vacinados os residentes da comunidade Kalunga de Cavalcante, que abriga 80% desta população.

Nos próximos dias, a vacinação segue por Monte Alegre e Teresina de Goiás. Serão imunizados todos os 5.252 nativos dos três municípios. A previsão é de que a ação ocorra até dia 15 de março, na aplicação da primeira dose.

O envio das vacinas foi anunciado pelo governador Ronaldo Caiado no dia 4 de março. Em publicação nas redes sociais, ele definiu a operação como um momento de grande emoção. “Esse povo carrega séculos e séculos de história na pele. São pessoas que preservam sua cultura como quem cuida do bem mais precioso. Eu fiz o compromisso de cuidar de cada um dos 7,2 milhões de goianos, sobretudo dos mais vulneráveis”, afirmou.

No sábado, a primeira parada foi na comunidade Vão do Moleque. O senhor Joaquim Moreira, de 77 anos, estava na expectativa. “Na minha idade já estou na hora de morrer, mas não quero. Por isso, vou tomar a vacina. E não tem problema se doer. Não é maior do que a morte. O importante é ficar vivo”, destaca. O idoso Francisco Fernandes do Santos, 70 anos, pai de um dos agentes de saúde da região, comemorou a sua primeira dose e a do seu pai, que tem 100 anos. “A gente fica muito feliz quando vem uma coisa assim (a imunização)”, pontuou.

Os profissionais das SES-GO, enviados à região, estão divididos em duas equipes. A primeira começou a vacinação na comunidade Kalunga que reside no Vão de Almas e Vão do Moleque. Já a segunda segue para os Quilombos Capela, São Domingos, Engenho II, Morros e Prata. Eles são responsáveis pelo traslado, armazenamento, logística e aplicação das vacinas. As doses estão distribuídas conforme demanda de cada comunidade: 2.610 para Cavalcante, 1.900 para Monte Alegre e 742 para Teresina de Goiás. A operação é coordenada pela Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa, que conta com quatro enfermeiros, um fiscal da Vigilância Sanitária e dois motoristas. 

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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