5 dicas essenciais para economizar no Dia do Consumidor

A expectativa de compras do brasileiro para o Dia do Consumidor, comemorado no próximo dia 15, é considerada boa para 28,5% da população. O cenário muda em relação à organização financeira familiar, onde 33,2% dos brasileiros afirmam que, atualmente, a situação é regular se comparado com o mesmo período do ano passado. É isso que apontam os dados da pesquisa realizada pela QuiteJá, plataforma de negociação de dívidas, com o objetivo de identificar o nível de confiança do consumidor. O levantamento aconteceu entre os dias 01 e 05 de março, com cerca de 1.400 usuários da plataforma, com idades entre 18 e 60 anos, de todos os estados brasileiros.

Ainda segundo o estudo, mesmo com as variadas promoções oferecidas pelas grandes empresas varejistas nesta época, cerca de 33% da população não pretende realizar qualquer tipo de compra no período. Porém, 19,1% dos respondentes vão aproveitar as ofertas do setor de alimentação, principalmente serviços de delivery. Além disso, quando perguntado sobre novas compras, cerca de 44% dos participantes disseram que vão realizar o pagamento de forma parcelada.

Com preços reduzidos em roupas, eletrônicos e vários outros produtos, a data é uma ótima oportunidade para comprar itens com desconto e condições especiais de pagamento. Porém, tendo em vista que nas edições anteriores deste evento muitas “promoções” acabaram não sendo tão vantajosas assim para os consumidores, Larissa Brioso, educadora financeira da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, lista abaixo algumas dicas para garantir uma economia real e também evitar perder o controle.

• Faça uma lista

Comece separando os produtos por níveis de prioridade. Primeiro, aqueles que você realmente precisa. Depois, passe para os produtos que você deseja, mas que não são tão necessários e, por último, foque nos presentes.

• Efetue seu cadastro

Listas prontas? Já sabe em que sites vai comprar? Não deixe para se cadastrar apenas no dia 15, o site pode congestionar ou ter falha no carregamento. Crie logo sua conta para não acabar perdendo as promoções. Além disso, muitas marcas fazem uma semana inteira de promoções.

• Confira se a loja é confiável

Em época de promoções surgem muitas lojas de fachada, que parecem confiáveis, mas não são. Uma boa dica é checar no site Reclame Aqui, ou mesmo no site do Procon, que listam as lojas e avaliam a reputação delas.

• Estabeleça um limite

Antes de pensar em fazer qualquer compra, é necessário analisar seu orçamento e ver qual a sua real condição financeira, para assim determinar qual o limite que você pode gastar. Não adianta de nada satisfazer todos os seus desejos de consumo momentâneos e adquirir dívidas que você não poderá pagar, não é mesmo? Lembre-se sempre: compra inteligente é aquela que não pesa ou não pesará no seu bolso.

• Use o Cashback para ampliar seu desconto

Utilizar o serviço de devolução de dinheiro é uma maneira de economizar ainda mais no Dia do Consumidor. Algumas plataformas como o Méliuz e o Ame, da Americanas, permitem que você receba cashback em compras.

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A crise moral da nova geração de médicos

Médico com máscara.

Por: SARA ANDRADE

Uma jornalista jovem de classe média tem livre circulação nos ambientes frequentados por pessoas com histórias relativamente parecidas: vivendo dentro dos seus vinte anos, formando-se na faculdade e começando carreiras no mercado de trabalho. Nesta bolha, destaca-se a quantidade de moças e rapazes que optaram pelo estudo da medicina.

Estão aí para provar as estatísticas: de 2000 para 2020, o número destes profissionais no Brasil mais que dobrou, passando de 230 mil para meio milhão, segundo resultados do estudo “Demografia Médica no Brasil 2020”, liberado pelo Conselho Nacional de Medicina em parceria com a Universidade de São Paulo.

As milhares de entregas de canudo, tão comemoradas, foram responsáveis por alargar a média de médicos a cada mil habitantes no país: de 1,4 para 2,4, colocando o Brasil no mesmo patamar de nações como Japão ou Polônia, e apenas décimos atrás dos Estados Unidos, com média de 2,6. O que os números não podem mostrar, no entanto, são os pormenores deste fenômeno. Aqui vale o ponto de vista de uma jovem jornalista, e o cenário não é tão simples quanto parece.

A medicina sempre carregou consigo seu bocado de nobreza. Curar doenças, tirar a dor das pessoas, aumentar o tempo e a qualidade de vida: de fato, o jaleco branco pode ser uma espécie metafórica de batina, numa profissão quase sacerdotal, sagrada. Não seria falta de noção falar até em “amor ao próximo”. Muitos jovens estudantes parecem ter esta ideia romântica em mente: ajudar as pessoas através do trabalho de suas vidas. Não é só um emprego: torna-se missão e vocação.

Enquanto isso, outros estudantes de medicina parecem perdidos pelo caminho. Atenção: este é um questionamento aos que em breve serão médicos! Você está verdadeiramente preparado para abrir mão de si, dos seus desejos e caprichos, em prol de um desconhecido? Muitas vezes, seus pacientes serão “impacientes”, inoportunos e sem educação (até porque podem estar sob o efeito de grande dor).

Você pode não ser agradecido, nem reconhecido ou elogiado. Quem sabe até injustiçado. Pense consigo, você pode suportar? Você quer suportar? A sua escolha deve ser como em um casamento: o padre sempre avisa da riqueza e da pobreza, da saúde e da doença: quem diz sim, o diz para tudo.

Com o prestígio do ofício, vêm os abutres. Quantos não estão cursando medicina pelo status social, pelo dinheiro prometido, ou ainda apenas pela experiência da vida festeira de universitário? Tudo isso pode estar no pacote, caso o amor também se faça presente. Sem amor primeiro, é tudo vazio neste coração de doutor. Assim, a indagação martela nas mentes: como um universitário interesseiro e exibido, que nunca se doou a nada, nem a ninguém, pode ser um bom médico? De onde tirará o amor que tudo suporta, que persevera? Ninguém pode dar o que não tem.

Seria possível que um estudante qualquer de medicina, na condição de escravo de aprovação, de likes em redes sociais, incapaz de reconhecer o esforço da família para formá-lo, que só se importa em figurar bem para os amigos nos ambientes sociais… seria possível que disso saia altruísmo, doação e abnegação de si? Doar-se não é lá tão impossível e atos como arrumar a própria cama já são ótimos sinais de ordem interior. A disciplina, a sinceridade, a submissão aos superiores, tão necessárias no dia a dia do médico: tudo isso começa pequeno, mostrando-se no dia a dia do estudante.

Se você não sente obrigação nenhuma para com ninguém, se o mundo inteiro (seus amigos, pais) está sempre errado e você certo, ou se a culpa de seus fracassos, ou más ações, nunca é sua, pobre vítima… falta-te o principal para ser um bom médico: o amor. E este só vem com maturidade, com a compreensão de que sua vida não é para você se entupir de si mesmo, mas um presente ao mundo: ao tiozinho da esquina que sofre, à criança resfriada e à fofoqueira insuportável do bairro. Desse modo, seus dias ganharão um sentido maior.

Muitos reduzem o sucesso na vida ao sucesso profissional. Nada mais equivocado! Quantos não são fracassados com contas bancárias gordas? Isso acontece porque sucesso verdadeiro é ter personalidade, maturidade. E isso só se alcança com consciência moral, que diferencia bem e mal, e que gera noção de dever. Mas o que será de uma geração de jovens médicos que tem horror à própria ideia de moralidade? De ordem? Ou com uma dificuldade imensa de compreender a necessidade de regras, de ritos… Serão eles ricos? É possível. E também miseráveis, porque imaturos e sem personalidade. No fim, ninguém é feliz assim, ou cumpre seu chamado no mundo, sua vocação.

Aliás, o que levaria um jovem médico a doar-se por alguém? Sem sombra de dúvidas, a certeza da dignidade da vida humana, e o conhecimento da sua transcendência. Infelizmente, esta geração tem receio até mesmo de dizer que uma vida humana vale mais que a vida de um papagaio, ou de uma lesma. Como amar o humano, se não se sabe o que ele é, ou quanto vale? Ingênuo pensar que um estudante imaturo e incapaz de amar tornaria-se imediatamente amoroso e dedicado pelo toque mágico do diploma em suas mãos.

Essa dinâmica se aplica a todas as profissões, mas o médico deve ser o primeiro da fila a entender a vida. Porque muitas vezes, ela está em suas mãos. Um bom exemplo a guiar os novatos de consultório pode ser São Lucas. Médico, artista e historiador. Com uma vida inteira doada ao conhecimento da verdade humana. Que a paixão pela beleza da existência também inspire você a cada dia, jovem médico, e te leve ao amor maior. Especialmente neste dia 18, dia do médico e de São Lucas, padroeiro da honrosa missão de curar.

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